HISTÓRIAS DE SUPERAÇÃO NA LUTA CONTRA O CÂNCER

 Aqui estão depoimentos verdadeiros de pessoas que tiveram câncer de mama, e que se dispuseram a partilhar suas experiências para, através delas, mostrar que o caminho é longo e cheio de surpresas (nem sempre tão ruins). Familiares poderão dar seus depoimentos, pois o câncer seja onde for, atinge toda família e amigos. Os nomes estão mantidos em sigilo, sendo que a identificação pode ser feita por um pseudônimo. Caso queira dar seu depoimento também fique a vontade...
Estes são alguns que enviaram pra meu email...
Não me casei, não tive filhos .
Aos 39 anos passei por uma fase de inquietação e ansiedade. Fui ao médico que era meu ginecologista há mais de 20 anos, e acompanhou e acompanha todo o desenvolvimento hormonal do meu corpo.
Durante a consulta, conversamos muito sobre o que, possivelmente, estaria acontecendo comigo e ele me receitou uma medicação denominada "Climene" que eu deveria tomar por 3 meses. Sai de lá, passei numa farmácia e comprei a medicação recomendada. Ao chegar a casa, como tenho o hábito de sempre ler a bula dos remédios, me espantei ao ver que se tratava de um contraceptivo oral, medicação que me havia sido recomendada nunca tomar pelo meu próprio médico. Mesmo assim, comecei a tomá-lo.
Já no primeiro mês de uso do remédio, senti as minhas mamas muito doloridas e inchadas além do normal, mesmo para o período pré-menstrual. Conversei com uma amiga que tomava regularmente esse Climene e perguntei se ela também sentia essas alterações, ao que me respondeu "não". Fiquei preocupada e mantive as mamas, sistematicamente, sobre meu controle
Após o término da segunda caixa resolvi parar de tomar, mas as mamas mantiveram os mesmos sintomas.
Percebi então,que minhas mamas estavam maiores e muito inchadas - eu estava acostumada a palpar minhas mamas  e nunca havia notado nada ate então- estava mais duro e se destacava dos demais o seio esquerdo. Fiquei apavorada e voltei ao meu médico para nova consulta, Ele procedeu ao exame clínico normal para o caso e me tranqüilizou dizendo que eu já conhecia o meu problema- estava acima do peso, que uma outra medicação resolveria o caso, mas que, para que ficasse calma, pediria uma mamografia. Quando a consulta terminou, eu estava num conflito enorme entre a alegria e a dúvida, por que algo internamente me dizia que se tratava de um problema mais sério. Eu estava profundamente ansiosa. Fiz o exame imediatamente e quando o resultado ficou pronto não me contive li o laudo médico ainda na porta da Clínica de Radiodiagnóstico. Não me lembro de ter sofrido tanto em outra ocasião da minha vida. Chorei muito, fiquei desnorteada, parecia anestesiada! Eu me perguntava para que isso tinha que acontecer comigo? Minha mãe não teve câncer de mama, minha avó também não, como isso podia estar me acontecendo? MEU MÉDICO DISSE SER DE FUNDO EMOCIONAL... Logo eu sempre tão bem humorada...etc..
Minha irmã estava . Fui para casa esperar os próximos acontecimentos chegarem. Quando minha irmã leu, me abraçou e choramos abraçados por muito tempo. Decidimos que procuraríamos outra opinião médica. Fomos a BETIM consultar um Mastologista, o diagnóstico foi o mesmo. Fomos a BELO HORIZONTE e o diagnóstico continuava o mesmo. Foi quando percebemos que o diagnóstico não mudaria o que teria que mudar seria a minha atitude diante do problema.
Procuramos então, um mastologista em Betim, indicado por um médico Dr. Talles de Mateus Leme.
Da data da confirmação do tumor as datas da cirurgia passaram-se dias de angústia intensa para todos da família que sofreram e acompanharam passo a passo as minhas decisões. Só não permiti afastar de Deus, eu não conseguiria lidar, com coragem, com as minhas emoções se não fosse pela força e presença do Altíssimo. O  tempo passou...
Fui preparada para uma mastectomia radical embora já tivesse contratado um cirurgião plástico para o caso de ser um quadrante e houvesse a possibilidade de reconstrução imediata só da mama afetada. Naquele momento eu rezava muito, todos rezavam muito pedindo que me fosse dada uma nova chance. E foi com esse espírito que eu me internei, agarrada a medalha de Jesus Misericordioso Misericordioso que só me foi tirado das mãos quando já estava anestesiada no centro cirúrgico. Antes do apagão anestésico... minha medica disse: Vamos fazer o possível pra preservar a mama...  faremos o contrário se não for realmente possível ..
Ao abrir os olhos, lembro-me de ouvir a minha irmã dizer que tinha sido uma cirurgia muito longa e que foi mastectomia radical com esvaziamento axilar com expansor para expandir a pele e depois a prótese de silicone, mas eu ainda não conseguia articular nenhuma palavra Quando fiquei totalmente lúcida vi que o tumor já havia sido retirado e eu estava viva! Isso era muito importante! Eu tinha conseguido vencer a primeira etapa!
Venci a segunda etapa quando após 7 dias com o dreno, ele foi, finalmente, retirado e tive uma mobilidade maior do membro superior direito, embora sentisse muito medo para movimentá-lo. Apesar de muito satisfeita, eu sabia que faltava ainda muito tempo e muitos degraus a serem superados.
Fiz a expansão da pele da mama ate 450ml até o momento que ele abriu e voltei para o bloco cirúrgico para colocar outro  que agora com 200ml e retirado do antigo...
Nessa data o meu oncologista prescreveu a radioterapia que iniciei imediatamente. Senti durante o tempo do tratamento algumas náuseas e um pouco de dor de cabeça, muitas dores nas juntas e muita sonolência. Vi a pele da mama em tratamento escurecer e eu aplicava diariamente, hidratantes. Foi com as enfermeiras da radioterapia que eu consegui aprender os exercícios que realmente recuperaram, totalmente, os movimentos do meu braço direito so voltarão com 6 meses de drenagem linfática com enfaixamento ( parecia um múmia...srsr) e fisioterapia.
Já me sentindo mais confiante, até por que não estava sentindo dores, não retomei ao trabalho, fui pra pericia médica e me afastei do trabalho. Venci a terceira etapa!
Agora faltava ainda a quarta e a mais difícil a ser superada: a quimioterapia.
Quando o médico me encaminhou para o setor, eu senti um calafrio percorrer o meu corpo quanto senti o cheiro forte da sala de quimioterapia. Via muitos chorando inicialmente porque iam perder meus cabelos,Eu nao,o  tempo todo me lembrava que era mais um caminho para a cura e isso me animava e me dava muita esperança!
Comecei o tratamento e me foi explicado que todo meu cabelo cairiam, por que a quimioterapia indicada para o meu caso (um carcinoma de 12,3 cm, com 17 linfonodos positivos) era um dos mais fortes. O médico 
Na primeira sessão eu estava muito tensa. Quando terminou, o médico me receitou Nasedrom , que eu deveria tomar após cada sessão, para controlar os sintomas das drogas injetadas no meu organismo. Recomendou também água de côco e que tomasse muito liquido durante todos os dias. Naã tive enjoos,nem ânsia de vômito, um gosto ruim na boca sim minha língua ficou totalmente branca e perdi o paladar na pontinha da língua  Fiz seis oito de 21 em 21 dias, sempre acompanhados pelos exames de sangue que me deixavam profundamente ansiosos e com muito medo do resultado, minhas plaquetas e imunidade nunca caíram, inchei muito. Terminei a última sessão com uma vontade imensa de comemorar, apesar do inchaço e da pouca roupa que servia em mim.
Venci essa etapa também! Todos da família comemoravam! E meu médico também- Dr Leandro Ramos , oncologista. 
Desde então, passei a fazer exames de controle do câncer e tomar uma medicação oral chamada Tamoxifeno 25 mg por dia, escolhi pra toma-lo a noite antes de dormir.
REAÇÃO DA FAMÍLIA:
Eu tive o apoio imenso de todos de minha família,especialmente Raimunda, Rosária, padrinho (estes foram os que acompanharam mais de pertinho mesmo)ao qual sou eternamente grata por todas as horas em que me confortou, pelas suas lágrimas que formaram pares com as minhas e pelo amor que me dedicou nessa hora de tanto sofrimento.
Não tive problema de ordem sexual. Talvez eu tenha ficado inicialmente, mais inibida com medo de me machucar e também pelo fato da mastectomia, mas sempre tive muito carinho e cuidado dele.
As nossas relações sexuais não foram abaladas, nem em freqüência nem em prazer. Muito ao contrário, o meu namorado me demonstrava claramente, que ele sentia a mesma atração sexual de antes da cirurgia, o que foi me deixando cada vez mais a vontade.
A minha família esteve presente em todas as dificuldades que enfrentei, desde o choque inicial, cirurgia, fases dos tratamentos, sempre colaborando em tudo que podiam e isso contribuiu muito para a minha recuperação.
REAÇÃO DOS AMIGOS:
Tive dificuldades com alguns dos que diziam ser meus amigos no tocante aos comentários que fizeram e que não me ajudaram em nada, muito ao contrário, me colocaram mais com vontade de mostrar pra eles que quem tem Deus tudo separa, nada contamina.
Gostaria que tivessem tido mais respeito com a minha dor.
Eu me sentia diferente, como se todos olhassem para a minha mama. Isso com o tempo foi passando.
Quero registrar o apoio, carinho, solidariedade, orações, visitas de meus amigos verdadeiros que estão ate hoje na luta comigo, meu beijo e abraço fraterno a todos. Não citarei nomes pra não ser injusta ou esquecer de citar algum,todos tem seu lugarginho no meu coração para sempre. Amo vocês...
O QUE MUDOU DENTRO DE MIM:
O que mudou dentro de mim foi a minha forma de ver a vida. Hoje eu a valorizo muito mais, não me aborreço com coisas sem importância, sou mais otimista em relação aos fatos e a minha própria existência estou mais próxima do meu criador.
Atualmente eu me critico menos. Sou mais permissiva e tolerante com tudo e com todos que me rodeiam. Amo mais intensamente. E Deus/Jesus/ Espirito Santo é o centro de minha vida. Tenho tempo de ouvi-los,aceitas seus preceitos e mandamento.
VIDA PROFISSIONAL
Continuo em licença médica num cargo r me aposentei no outro. Busquei um novo sentido pra minha vida, onde uma nova pessoa pudesse começar sua nova vida.Estou sempre em busca de novas oportunidades e afazeres.
COMO ME SINTO AS VÉSPERAS DOS EXAMES:
Sinto-me muito bem pois estou ótima. Cada exame tem o seu grau de dificuldade a ser vencido. Não tem o mais fácil ou o mais difícil, todos geram muita expectativa, ansiedade e angústia.Será que as plaquetas estão baixas ou altas? E a imunidade?
FÉ INTERIOR:
A minha fé hoje é inabalável, a Palavra de Deus é fonte de meu viver.Não que minha fé antes não fosse grande e a de minha família também foi sempre muito grande. Acho que foi e será sempre um bálsamo para cicatrizar todas as feridas.
Sem a minha fé não teria superado todos os sofrimentos porque passei  e hoje 2012 continuo na batalha pela vitória em Cristo Jesus e da forma que passei. Agradeço a Deus por estar comigo em todas as horas da minha vida. Sentir a presença DELE me dá forças para continuar a lutar. E sei que em Deus eu já conquistei o milagre da cura do câncer, pois Nele eu confio cegamente!
Meggue / Março de2008/2012


Câncer tem CURA? Depoimentos De Mulheres/homens Que Venceram Este Mal.

Se eu e tantas outras pessoas conseguimos nos libertar do câncer você também pode , basta pensar positivo , ter fé em Deus e fazer o tratamento sem fraquejar.
Tenho  32 anos , sou educadora e estou gestora da Escola José Zeferino da Rocha a alguns anos . Antes de trabalhar como educadora  exerci outras funções  entre elas fui Agente comunitária de Saúde .Como em tudo que faço procuro dar o melhor de mim, nesta função não poderia fazer diferente.
Sentia prazer em orientar a população para que prevenissem as doenças e vivessem melhor. Nas visitas em domicílio eu sempre orientava as mulheres a fazerem exames preventivos e exames de mama pois uma das prioridades do Sistema único de Saúde era o combate ao câncer de colo de útero e de mama.
Consciente da importância  da prevenção sempre fiz meus exames periodicamente  e no início de 2008 em  um dos exames de rotina  fiquei sabendo que estava com câncer no colo do útero.
Aquela notícia foi meio que bombástica em minha vida , porém como eu sabia que  a medicina havia avançado muito e já tinha visto muitas mulheres se recuperarem , também acreditei que a cura seria possível.
Tive fé em Deus,fui forte e segui todas as orientações  dos médicos , submeti-me a cirurgia e a radioterapias , sem contar com o apoio que recebi dos familiares e dos amigos. Inclusive, recebi visita de várias pessoas que foram afetadas pelo câncer e que já estavam curadas.
Assim encarei o problema com coragem e fé  por saber que para Deus tudo é possível.Desta forma , tive uma recuperação rápida , em abril  do corrente ano completou um ano da cirurgia e hoje volto ao Hospital do Câncer em Recife (santo Amaro) apenas para revisões.
Levo uma vida super saudável , trabalho, estudo , dirijo faço exercícios em fim , estou muito feliz e grata ao Senhor Jesus cristo pela vitória maravilhosa.
Por isto  falo com convicção . Qualquer pessoa que estiver com um problema desta natureza  , tenha fé, faça o tratamento corretamente e tenha a certeza que ficará curado em nome de Jesus  e assim como eu , contará sua história para servir de conforto para outras pessoas.
 Minha gratidão é tão grande  que glorifico e exalto o nome de Deus a cada instante e agradeço por mi e por todos que sei que se tiverem fé irão ficar curados para sempre.
            Sou Maria do Rozário Zeferino (Mazalo), nascida em 07/10/1959. Em junho de 2003 fiz uma ultra-sonografia da mama e o resultado foi conclusivo para o câncer.Foi um momento difícil , porém com a graça de Deus e a medicina avançada que hoje existe , consegui me curar.
            Dia 27 de agosto do mesmo ano fiz a cirurgia . Graças a Deus fui bem sucedida, passei por seis seções de quimioterapia  e vinte oito seções de radioterapia, com um ano eu já tinha me recuperado .
Durante a doença eu fiquei com quarenta quilos e quando me recuperei meu peso subiu para sessenta quilos. Já se passaram seis anos e com a graça de Deus , eu estou ótima me sinto outra pessoa. Sempre fui magrinha, mas depois que me curei do problema, fiquei gorda e mais saudável do que antes.
Estou firme e forte, não lembro nem o que passou porque sempre tive a certeza que nada para Deus é impossível. Diante de Deus não há nenhum problema que não se possa vencer.
LULU

Bem, é a primeira vez que vou desabafar sobre o problema que estamos enfrentando…
Tudo começou em meados de junho/10 foi descoberto no exame de rotina um tumor na trompa da minha mãe, um caso raro, e procurarmos na internet não encontramos nada, os médicos estão estudando o caso dela. Mas no dia 20/07/10 ela fez a retirada do tumor, dos ovários e do útero. Mas já tinha passado para o intestino e reto. Iniciamos a quimio terapia que foi de 18 ciclos. Finalizados, passamos 6 meses acompanhando o caso dela, ela começou a sentir pequenas dores e pequenos corrimentos, o médico achava tudo normal da cirugia, fazíamos o CA 125 e estava tudo sob controle, e quando começou a sangrar, foi que realizaram uma nova tomografia que foi constatado, cancer no fígado, vagina e vários nódulos no estômago. O médico falou que pelo pequeno tempo o corpo dela reagiu contra a quimio, retomamos as sessões de quimio e estamos na terceira e hoje 23/01/12 recebi o resultado da tomografia está pior, os nódulos estão maiores. Estou muito triste, pois esta quimio é muito forte e não está adiantando de nada. Eu creio em Deus que se Ele quiser cura a minha mãe, não sei o que me espera no futuro, mas estou perdida. As vezes gostaria de que isto acabasse. Minha mãe é louca para conhecer pelo menos um neto, mas eu nem posso estou acompanhado todo o processo, faço faculdade, tenho meu marido, mas gostaria muito de dar este presente, mas eu não sei o que pode acontecer. Estou muito triste, e muitas vezes dá vontade de sair correndo e gritar para sair tudo que está dentro de mim.As pessoas que estão do meu lado não sabem o que sinto e vendo esses relatos eu me senti a vontade de falar o que está preso. orem por nós. 



Olá, boa noite!
Meu nome é Ana Paula Tardido, sou nutricionista e tenho 28 anos. No 23 de Junho ano passado descobri que estava com câncer de mama, ai começou minha luta para me livrar desse mal.
Fiz tratamento de julho a dezembro, sessões de quimioterapia. Efeitos colaterais esperado, e uma força para vencer tudo isso, que não sei de onde vinha.
No dia 16 de Janeiro deste ano, fui submetida a mastectomia total da mama esquerda, e como toda mulher estava triste, pois não sabia como ficaria meu corpo após o procedimento. Afinal o símbolo da feminilidade estava em questão. Mas tudo deu certo.
Após a cirurgia fiz algumas sessões de fisioterapia para recuperar o movimento e também fui submetida a radioterapia.
Hoje posso dizer que sou uma vencedora! Estou bem!
Tive apoio de muitas pessoas…
Em Abril deste ano, umas amigas em convenceram a fazer um ensaio fotográfico, fiquei meio relutante no começo, pois tinha vergonha de aparecer careca em público, quanto mais me expor em fotografias que seriam guardadas para sempre. Mas resolvi e fiz.
Quando vi o resultado final me emocionei, ficou muito lindo. Por isso queria compartilhar com outras mulheres que estão passando pelo mesmo que passei, para mostrar é possível superarmos os obstáculos.
Gostaria de enviar um folder que fiz com uma montagem das fotos que fiz. Por favor me passem um endereço de email
Se eu puder ajudar de alguma forma, estou a inteira disposição.
Obrigada!
Abraço,
Ana Paula Tardido
Nutricionista
CRN3 15579


Oi meu nome é alexandra figueira de araujo, apareceu em meu corpo um cancer de ovário no ano de 2006 e não pude me tratar e nem mesmo desconfiei de câncer. operei em dezembro de 2007, e comecei a quimio em março de 2008, as piores, todos os dias durande a semana, quatro horas por dia, e nada. exames novos e descobriu-se uma metastase para o fígado, já estava todo tomado , a maior parte dele, mais quimio até minha plaqueta estacionar em 80. passei a tomar comprimidos e a médica já havia dito que não tinha muito mais a fazer, mas que continuaria tentando. hoje, 60 kilos, 1,60cm, cabelos compridos novamente, barriga pouco inchada, corada dentro do normal, plaqueta desde então baixa, como de tudo sem restrições, trabalhando, servindo a Jesus e vivendo com a permissão única e exclusiva de Deus.
sil

oi meu nome é silmara f.dallamaria e tive cancer de colo de utero fiz conizaçao e apos fis algumas seçoes de quimio com muitas reaçoes e quando nao acreditava mais em soluçao deus me mostrou q havia sim era so eu acreditar em mim mesmo.e entao engravidei e ate os medicos diserao pra eu tirar meu bebe por causa do cancer pois ele poderia nao sobreviver e se sobrevivesse poderia ser deficientede alguma forma e ele é perfeito e é o daniel que enfrentou a cova do cancer e hoje posso dizer que venci pois estou ainda fasendo o tratamento mas so pra rotina entao eu VENCIIIIIIIIIIII
E VCS PODEM VENCER TAMBEM
E SE EU PUDER AJUDAR ALGUEM DE ALGUMA FORMA POR FDAVOR ENTREM EM CONTATO COMIGO
sf.dallamaria@hotmail.com
posso nao te ajudar financeiramente mas creio que deus pode me dar ainda mais forças pra te ajudar
a pz do senhorrrrrrrrrrrr
Saramanta

Boa tarde, meu nome é Sara tenho 20 anos e vou contar minha história em relação ao câncer. Á 5 anos atrás, minha mãe, uma mulher saudavel, percebeu que nasceu no pé direito uma pinta preta, era quase impercepitivel, eu também na época percebi, não ligamos muito pois minha mãe, tinha várias pintas espalhadas pelo corpo, e também bastante sarda, então não demos importância, o tempo foi passando e aquela pinta foi crescendo, um pouco a cada ano, me lembro de certa vez pergunta pra minha mãe o que tava acontecendo com a tal pinta ela me respondeu que devia ter virando um olho de peixe bem em cima daquela pinta, mas um ano se passou, e aquilo continuou crescendo um pouco, mas nada que preocupasse minha mãe. Em agosto 2009 notei certa noite ao chegar em casa que minha mãe a alguns meses vinha usando meias, em pleno verão, perguntei pra ela oque estava acontecendo ela se desesperou, se trancou no banheiro, com calma eu e meu namorado tiramos ela do banheiro e fomos olhar o pé dela, aquela pinta havia se transformado em um nódulo saltado pra fora com cheiro forte, e que sangrava muito levamos ela no mesmo dia ao hospital, com muito custo pois ela tinha medo de hospital e não pudemos contraria-la muito pq tinha pressão alta, la foi diagnosticado GRANULOMA corpo estranho, nada grave o tal médico receitou uns remédios para minha mãe, e marcou uma cirurgia estética. 3 meses se passarm até que a cirurgia fosse marcada, e notei que na canela e na batata da perna da minha mãe havia surgido mais duas pintas pequenas como aquela de 4 anos atras. O mês ja era novembro chegamos para fazer a tal cirurgia, e o médico se espantou, chamou outros 15 médicos, e a equipe de oncologia, Minh mãe foi diagnostica com MELANOMA ACRAL + METASTASE., desde então eu e meu marido lutamos com ela, fazendo quimio, ouvindo médicos falarem que ela tinha 1 ano de vida, ouvindo médicos dizendo que ela deveria ir para o paliativos… e então em julho de 2011, minha mãe faleceu dessa maldita doença, com mestatase cerebral, ela faleceu de insuficiêcia respiratória pesando pouco mais de 40 kilos, com a perna TODA TOMADA por tumores negros, que vazavam pus, sangue e que causavam dores INSUPORTAVEIS nela, apenas a uma semana da sua morte ela começou a tomar morfina para dor, apenas uma semana antes da morte dela filhos se importaram, ou seja um erro médico la atras atrasou o diagnóstico, atrasou em 4 meses valiosos, o cancer entrar em metastase. ISSO E UM DESABAFO MEU, como filha por acomapnhar erros médicos, desém daqueles que deveriam cuidar e salvar.

oi meu nome é Andréa,tenho 31 anos, descobrir em maio desse ano de 2011 um nodulo de 2cm na mama esquerda,fiz biopsia e o restado foi carcinoma ductal infitrante grau 3,levei os resultados para o dr.peixoto do hospital do cancer de santo amaro,e ele marcou a cirurgia de imediato pois esse tipo de cancer é muito agressivo,confesso que fiquei muito triste,mais decidir lutar,colequei na minha mente se eu tenho um DEUS TÃO GRANDE e a medicina tão avançada por que ficar desanimada ,então comecei a luta dia 05 de julho de 2011, e a quimeoterapia depois de um més, hoje já estou indo para terceira qt e ficará faltando 3, estou escrevendo para encorajar mulheres que estão passando problemas iguais ou parecidos, para não desanimar por que as chances de cura é muito grande,tenho uma fámilia linda, um fiho de 14 anos e um marido maravilhosa,hj estou bem e sei que vou sair dessa,tenham fé em DEUS que ele tudo pode,entreguem o problema nas mãos dele e façam sua parte. que tudo vai dar certo,DEUS ABENÇÕE!!!! 


A seis anos tive neoplasia de colo de intestino fui operada e fiz 6 meses de quimioterapia.Este ano fazendo meus exames ginecológico descobri que tinha algo estranho. Eu tinha muitas dores. Mas minha ginecologista me disse q não tinha nada foi até mal educada comigo quando pedi mais exames.. Apos varias hemorragias resolvi começar a investigar procurei outro medico e ele me pediu uma ultra e tomografia. Apareceu algo estranho fui então que me pediu um papa nicolau q tb deu inflamação classe 2 ,n contente com isto continuei a pedir ao novo medico q estava me atendendo outros exames pois disse a ele que havia alguma coisa estranha.Então com as dores muito pior ele fez uma colposcopia que não desejo nem p meu pior inimigo sem anestesia .Não fomos a biopicia cervicíte cronica inespecífica .A próxima fase uma curetagem no hospital alias poderia ter sido antes .A noticia adenocarcinoma estagio 2 .Resumindo se ela tivesse visto meu histórico talvez eu não estivesse passando por isto mas quando pedi um ultra som total ela se negou.Se eu n tivesse insistido talvez fosse tarde .Agora vou fazer uma cirurgia para a remoção do utero de tudo que estiver perto .meu oncoligista que já me tratou da outra disse q talvez só radio terapia vai depender de como estiver lá dentro.Mas!!!!! Estou relatando para outras mulheres não passem por isto ,porque se tiverem sentindo coisas estranhas no corpo fiquem atentas por só nos sabendo o que acontece com nosso corpo.Boa sorte a todas nos e fé em deus .

Natielle

Bom, sou uma paciente com recidiva do Linfoma de Hodgkin após

 5 meses do término do meu tratamento em 2010. Tenho 28 anos e moro 
em Belo Horizonte, MG.
O mais incrível disso tudo é que descobri que estava doente a primeira 

vez em abril de 2010, descobri a recidiva (retorno da doença) em abril
 de 2011 e faço aniversário em Abril.
Quando descobri a primeira vez entrei no site da Abrale e comecei a ver 

os casos com a mesma doença que a minha. Por isso resolvi deixar um 
comentário da minha experiência também.
Na realidade, o que posso dizer é que se seus familiares e amigos pudessem 

juntar, cada um doando um pouquinho de saúde para você, pode ter certeza: 
eles o fariam para te ver saudável.
Passar por isso uma vez é difícil, mas por duas vezes apos 5 meses de 

quimio é ainda mais difícil. Em 2010 fiz quimio com o medicamento ABVD 
fazendo a quimio de 15 em 15 dias até completar 12 ciclos. Foram 6 meses
 de tratamento. Quando terminei em outubro de 2010, fiquei super feliz, mas 
ainda havia a chance da doença voltar nos primeiros 6 meses. Assim, em março
 de 2011 tirei meu cateter e em Abril descobri que estava novamente doente: 
voltei a colocar o cateter do outro lado. Fiz 3 quimios até agora: 3 meses, 
3 dias de internação cada uma. Neste momento me preparo para o transplante 
da minha própria medula que acontecerá no início de agosto, ficando assim de 
20 a 30 dias no hospital. Após esta etapa, irei para a radioterapia por 12 a 20 
dias dependendo do meu organismo e dos médicos.
A aceitação da doença depende de cada paciente. Nossa visão tem que 

ser positiva, e não devemos deixar a doença nos levar e cair na depressão. 
Uma dica boa é ter alguém muito especial do lado (marido ou esposa, família e 
amigos). Minha família e meus amigos me dão muita força, desde a primeira vez, 
mas encontrar um marido que te apóie tanto quanto o que tenho é um presente 
de Deus! Ter ele ao meu lado nesses momentos me fazem ter ainda mais força
 para viver, porque assim poderei amá-lo mais a cada dia.
Nunca desanime diante os obstáculos da vida: se não fosse por eles 

você certamente não estaria lendo uma mensagem de um paciente 
na luta contra o câncer. E fé em Deus, pois por mais que a medicina
 tenha chegado até aqui contra a doença, sem ELE não seríamos nada.
Um beijo enorme dessa guerreira que deseja sorte à você que está entrando 

nesta batalha comigo!
Depoimento escrito por Natielle, postado em fevereiro de 2012 


BIBI
Olá, gostaria de compartilhar um pouco do que tenho vivido, a 8 meses descobri que estava com um nodulo na mama esquerda de aproximadamente, 2,3 cm, foi feito biopsia e deu carcinoma ductal invasivo, foi algo chocante, para familia e um pouco para os médicos pois com apenas 28 anos e nenhum caso na familia, minha vida mudou, mais desde o inicio partir pra lutar, acreditando sempre que nada aconteça em vão, e que se Deus permitiu é porque a um grande proposito naa minha vida, e na vida das pessoas proximas, decidi fazer um tratamento natural, fiz processo de desintoxicação, mudei minha alimentação, passei a ter habitos saudavéis e principalmente viver longe do extresse e mais ainda buscar uma cura interior ” do coração”, depois de 6 meses, decidi operar, os médicos ficaram assusstados pelo tempo que demorei para tomar essa decisão, pois no exame de himunostoquimica demostrava que ele era um tumor ” TRI-NEGATIVO”, o que o classifica como o mais agressivo, então depois de 6 meses eles esperavam que já estivesse algo devastador, para a honra e gloria do senhor, todos os exames estavam bem, sem vertigios dele em outra parte do corpo, fiz a cirurgia no dia 18 de junho, decidi junto ao médico fazer adenomastectomia na mama esquerda e por precaução na direita também com reconstrução imediata,fiz o teste do linfonodo sentinela e mais uma benção deu negativo, o tumor foi retirado com margens de segurança e para supresa do médico estava menor do que os exames de 6 meses atrás demonstravam, estava com 1,9 cm, teve estagiamento 1, detalhe tive uma excelente recuperação da cirurgia (o organismo estava bem preparado). Não haveria prescrição para quimio se eu tivesse mais de 35 anos, porém uma decisão que deveria tomar, fazer ou não fazer?, e lá vamos nós tratamento quimioterapico, 6 sesssões da FAC (vermelha)ccom intervalo de 21 dias, fiz a 1º sessão no dia 03/08/2011, tive poucas reações das previstas pelo médico, meu cabelo só caiu após a 2º aplicação que foi no dia 24/08/2011, estou me sentindo super bem, relaxando bastante e muito confiante, todos os dias entrego minha vida nas mãos do papai do céu e me deito em seu colo, é assim que me sinto carregada, pensamentos bons e grandes sonhos, de um dia casar e ter filhos, sei que ainda tenho longos anos pela frente até meu querido Jesus voltar pela 2º vez para buscar sua amada noiva (igreja)… Acreditem em sua recuperação, tenham fé, coloque nas mãos de Deus e relaxem, ele tomou sobre si todas as nossas enfermidades e dores, coM certeza não permitira nada que não possam suportar… Me sinto grata ” Porque meu viver é Cristo e o meu morrer é lucro” Fiquem com Deus…bjs
MINHA MÃE TEM 47 ANOS, HÁ 7 MESES DESCOBRIMOS QUE ELA ESTÁ COM CA NO COLO UTERINO , ELA JÁ ESTÁ PASSANDO PELA RADIO E JÁ FEZ 2 QUIMIO, SÓ QUE HÁ 3 SEMANAS QUE ELA NÃO COME NADA, TIDO QUE ELA COME ELA VOMITA, E AGORA ESTÁ SENTINDO MUITAS DORES NO ESTOMAGO, E DORES FORTES SOCADA DO LADO DAS COSTAS. PRA LEVANTAR DA CAMA É UM SUFOCO, DÓI BASTANTE. ALGUEM JÁ PASSOU POR ISSO TAMBÉM? AGUARDO RESPOSTAS. E ESTOU CONFIANTE NA CURA DE MINHA MÃE EM NOME DO SENHOR E SALVADOR JESUS CRISTO, NÓS VAMOS VENCER. TODAS AS PESSOAS QUE ESTÃO PASSANDO POR ISSO, DIGO QUE CONFIA NO SENHOR ELE É O NOSSO SOCORRO BEM PRESENTE NA HORA DA ANGUSTIA. DESCANSA NO SENHOR E ELE SUPRIRÁ OS DESEJOS DOS NOSSOS CORAÇÕES.DEUS É FIEL.
ola, gente estou apavorada tenho 24 anos e acabei de saber que estou com um cancer de ovario a um ano atraz fiz um exame e foi detectado um cisto no ovario direito a medica falou q era só toma um remedio q ia desapareçer e nada ai resolvi procurar outro medico fiz varios exames e ele falou q eu ia ter q tirar meu ovario porque o tipo de cisto que eu tava só ia aumentar e nisso eu continuava sentindo mtas dores pois bem só do fato de passar por uma cirurgia eu ja entrei em panico mas enfim eu criei coragem e marquei a um mes atraz eu retirei o ovario e ele mandou pra biopsia constatou um cançer eu ja chorei e chorei a primeira coisa que passou pela minha cabeça foi pronto estou morta,mas graças a Deus eu tenho uma familia linda que esta me apoiando mto e por eles eu vou vençer essa luta e eu tenho certeza que o senhor mandou essa doença pra mudar a minha vida e de todas as pessoas que estao a minha volta eu acredito sim que eu vou ser curada e as historias que eu escutei me fortaleceram ainda mais eu peço que todos que ja passaram ou estao passando órem por mim pois eu tambem vou órar por voces.
Oláa!! Meu nome é FÊ, em março de 2011 eu descobri que estava com câncer de mama. E desde quando soube do meu câncer comecei a ler blogs na Internet e notei o quanto eles estavam sendo importantes na minha reação, e na minha forma de encarar o tratamento. E achei que se tantas pessoas me ajudaram relatando alguns fatos dessa batalha, porque não fazer o mesmo? Eis então que nasceu o meu blog! A partir de hoje vou começar a dividir um pouquinho dos meus dias com vcs... “Se eu não posso mudar um acontecimento, se não posso mudar a vida, então que ela me modifique”

Olá, meu nome é Ango, tenho 29 anos, em dezembro do ano passado descobri que estava com câncer de mama, desde então entrei nessa luta para VENCER!
 Fiz 2 cirurgias, quimioterapia, radioterapia e vou tomar remedio pelos proximos 5 anos. Mas o que é isso perto da beleza da vida, da alegria de saber que se tem amigos, e muitooos, varios deles nem me conhecem pessoalmente, mas sei q me querem bem como se me conhecessem a anos. 
Perder o cabelo? Sim, eu perdi, mas e daí? Tentei ver esse momento como uma experiência nova, fiz fotos, nossa, nao sei qtas fotos fiz careca e amei todas elas, quem me conhece sabe o qto gostei de me esibir careca. É claro q nao hora que o cabelo começou a cair eu fiquei de certa forma triste, mas fui lá, raspei a cabeça no outro dia e fiz um book, e me amei assim. 
E qdo o cabelo começa a nascer? Noooossa, isso não tem preço, ver cada centimetro do cabelo nascer, a expectativa de como ele vai vir: crespo, liso, terá alguns fios brancos(nunca tive brancos, mas algumas amigas disseram que veio branco), muitas dúvidas, mas uma certeza: quero viver, muito tempo e muito bem. Eu costumo dizer que todos deveriam ter o susto de ser diagnosticado com câncer pois sua vida muda daquele instante em diante. Vc pensa em tudo que deixou de fazer, aqueles amigos que nao visitou, que nao vai ver a familia pq mora longe, que não foi a festas como gostaria, nao fez passeios, aventuras e muitas outras coisas q passam na nossa cabeça enquanto o médico esta te falando que vc está com câncer.  Se eu tivesse a chance de voltar no tempo e escolher pular este momento, nunca ter vivido isso, sinceramente eu não sei o que faria, pois tive momentos bem ruins, mas tb fiz amigos verdadeiros, e a experiencia de vida que esse periodo me deu eu nao conseguiria de outra forma. Enfim, essa sou eu, apesar das pedras no caminho, me considero muito feliz, muito otimista, muita fé e vontade de viver.

De VITORIOSA
Descobri minha doença em 16/05/1999, numa chuvosa noite de domingo, ao examinar-me. Levei um tremendo choque, pois tive certeza que se tratava de um câncer de mama. Meu marido achou que eu estava sendo exagerada, e que poderia ser uma displasia mamária, já que tive a vida toda descontrole hormonal, operei os ovários em 1986, e fiz muito tratamento para engravidar (em vão). Chorei a noite toda, imaginando as conseqüências da doença na minha vida, na de todos os que me rodeiam, principalmente meu marido e minha filha (adotiva). 
Ao amanhecer, procurei o meu ginecologista, que solicitou uma mamografia urgente, cujo laudo veio atestando um nódulo suspeito que deva ser submetido a um ultrassom e biópsia. No dia da mamografia encontrei outro nódulo perto da axila direita. Minhas suspeitas se transformavam cada vez mais em certezas. Mais choro debaixo do chuveiro. Só após o ultrassom fui encaminhada para o mastologista que me operou. Consultei-me em 28/05/99, foi uma consulta extremamente prática e segura. Ele perguntou-me o que eu esperava que fosse eu respondi o que achava, e ele me perguntou se eu estava preparada para esse diagnóstico, no que eu disse que sim (e estava mesmo, mas só para o diagnóstico). Após examinar-me e ver meus exames, ele foi categórico em afirmar que se tratava de câncer de mama, e que o nódulo perto da axila poderia ou não já ser metástase, apesar do nódulo mamário ter só 2 cm. Até esta parte da consulta, tudo bem. Foi quando ele colocou para mim a "possibilidade" da mastectomia. Desabei. Tentei muito me controlar, mas foi difícil. Era um misto de desespero, indignidade, medo. Achava que aquilo não estava acontecendo. 
Logo EU, que sempre me examinei, que sempre corri por todos na família, que sempre fui o porto seguro de tanta gente... Eu esperava no máximo uma quadrantectomia. Ele explicou-me que eu poderia optar por uma biópsia prévia nos nódulos – então após o resultado seria internada novamente já sabendo qual o tipo de cirurgia que seria feita. Neguei, preferi acabar logo com essa angústia e optei por ir direto à cirurgia, fazer biópsia de congelarão para o médico na hora ver o melhor a ser feito, e pelo ponto de vista médico essa também foi a melhor escolha. Meu médico perguntou-me se eu tinha religião (sou católica praticante) e disse que eu fosse à igreja agradecer a oportunidade de ter encontrado minha doença a tempo de tratá-la. Mas naquele dia não houve acordo. Chorei da saída do consultório até conseguir dormir, com raros intervalos. Meu médico passou-me tanta segurança que sequer cogitei em consultar outro médico. Foi extremamente importante para mim.
Realizei os exames pré-operatórios, internei-me dia 09/06/99, para operar no dia seguinte. Ao ir tomar banho para vestir a camisola cirúrgica, às 05 h, desejei que tempo parasse ali. Era meu último banho “inteiro”, ao mesmo tempo era o último banho com "aquilo" no meu corpo. Rezei muito, entreguei minha vida e meu recomeço a Deus. Pedi que Ele cuidasse da minha família caso morresse, pedi que abençoasse meu médico, o anestesista e toda equipe. Nunca me senti tão triste e sem o domínio de uma situação difícil.
Ao chegar ao centro cirúrgico, fui recebida por uma moça que tinha sido minha funcionária anos atrás. Ao saber que eu ia ser operada, ela debruçou-se sobre mim e chorou muito. Tive vontade de gritar. A última coisa que eu precisava naquela hora era alguém chorando como se eu estivesse morta.
Demoraram 40 minutos para pegar a minha veia (sempre foram péssimas). Adormeci. Ao acordar não conseguia ver como eu estava, e ao ver meu marido ele avisou-me que estava mastectomizada; foram encontrados 2 nódulos na mama e isso inviabilizou uma quadrantectomia mesmo que a axila fosse negativa. Fui levada para o quarto e pensei: vou começar a mexer o meu braço, vou me recuperar, nada vai me abalar... até a manhã seguinte, quando meu curativo foi retirado e fui encaminhada para o banho. A funcionária que o retirou saiu correndo do quarto e fiquei com minha irmã, a sós. Fui até o espelho e olhei bem como estava. Vi que a cicatriz estava boa, seca, sem sinais de infecção, meu braço se mexia bem. Também vi que ela era enorme (do meio do meu peito até além da axila), vi que estava mutilada, feia, deformada, mas viva. Não sabia, neste primeiro banho de minha nova situação, se o que me molhava era a água ou o meu choro. Foi o pior momento na minha internação. Minha irmã não falava nada, só me abraçava e me ajudava. Naquela hora eu pensei que seria mais prático eu ter morrido. Tratei de tentar me animar.
Recebi algumas visitas, todos se impressionavam de como eu estava bem. Na verdade algumas delas estavam mais abatidas e deprimidas do que eu. Comecei a ver como as pessoas não sabem lidar com o câncer e seus portadores.
Tive alta dia 12/06/99, sábado, aniversário do meu marido. Lá fui eu e meu dreno para casa. O dreno (instalado 4 dedos abaixo da cicatriz) tinha que ser lavado 4 vezes ao dia e isso era feito pelo meu marido ou minha irmã; chegou a entupir e infeccionou o local de onde ele saía. Incomodou demais, a única dor que realmente senti. Ele era chamado de cachorrinho, e admito que meu cachorro ficou enciumado por causa da sacolinha que carregava sempre com o dreno dentro. Melhorou quando aprendi a conviver com ele. Eu colocava um esparadrapo fixando-o mais no meu corpo, para que ele não ficasse pendurado, pois doía muito. Minha pele neste local ficou muito sensível, eu sequer podia tirar a cola do esparadrapo por qualquer meio, que queimava o local. Mas passou. Foi retirado 16 dias após a cirurgia e nesse dia comprei minha primeira prótese. Senti-me muito melhor. Após sua retirada foram necessárias punções no local da cirurgia, feitas no consultório médico por um bom tempo, praticamente indolor.
Para dormir, ajeitei-me melhor no sofá da sala, colocando um colchonete sobre ele e deitando. Uma noite meu braço direito ficou pendurado e acordei com uma dor muito forte. Um comprimido de Voltaren e muita paciência foram necessários.
Os banhos foram com assessoria da minha mãe ou minha irmã por 20 dias, eu precisava sentar em uma cadeira plástica dentro do Box, e pouco fazia. Sentia-me deprimida e nunca me senti tão dependente e tão impotente. Os pontos foram sendo retirados aos poucos, e com 20 dias após a cirurgia os últimos foram retirados. Na cicatriz houve um local onde a cicatrização aconteceu de dentro para fora, mas tudo ficou bem.
Ainda em junho chegou o resultado do meu exame anátomo patológico: carcinoma ductal invasivo; foram retirados 15 linfonodos da axila direita, e todos já estavam com metástase. Fiquei arrasada e com muito medo de já ter outra metástase perdida no meu corpo. O médico que me atenderia para a quimioterapia ia sair de férias, e fui encaminhada para uma médica que me atendeu de maneira hostil e maldosa, chegando a dizer que pediria um ultrassom de abdome superior para ver "em que estado estava o meu fígado", e uma cintilografia óssea para ver "se eu já tinha algo nos ossos". Foi talvez a minha pior queda, pois houveram outros comentários que me levaram a crer que eu não estava tão bem quanto pensava, pois eu sabia a necessidade desses e outros exames, mas o que me chocou foi a maneira como ela colocou as coisas para mim, sem ao menos ter me encostado a mão para realização de um exame físico. Toda confiança que o meu médico colocou dentro de mim, em meu tratamento e recuperação ruíram, chorei mais do que nunca. Meu marido estava junto na consulta (como sempre) e não sabia como me consolar após o que ouvimos. Meu médico também não gostou nada do que houve. Graças a Deus, consegui consulta com o médico certo, que após realizar um minucioso exame físico, e solicitar os mesmos exames citados pela médica, porém explicando que são de rotina, prescreveu ainda 2 transfusões de sangue (estava anêmica – tal fato foi desconsiderado pela médica anterior), vitaminas à base de ferro, para iniciar a quimioterapia em 26/07/99 da seguinte forma: 8 sessões, 1 a cada 21dias.
As duas primeiras sessões foram razoáveis, mas a 3ª e a 4ª foram terríveis: as náuseas, vômitos e mal estar eram tão grandes que não saía da cama por 3 dias, não conseguia beber nem água, muito menos comer. Algumas unhas das mãos escureceram devido a uma das drogas que tomei, e passaram a crescer lentamente, apareceram pintas que não tinha e perdi 90% do meu cabelo em 3 dias. A queda começou 16 dias após a 1ª quimio. Foi chocante, apesar de já esperar por isso, e comprei uma peruca. Perdi meus pêlos pubianos, da perna, braços, cílios e sobrancelhas. Como sempre passava petróleo de arnica no couro cabeludo, reforcei com babosa e meus cabelos logo começaram a crescer, mas voltaram a cair após 17 dias da 5ª quimio, que felizmente foi composta por outras drogas, que como efeito colateral imediato só causou um pouco de dor no corpo. A quimioterapia, para mim, foi uma experiência muito pior que a mastectomia no aspecto físico, seria ótimo se ela não fosse necessária, ela foi um verdadeiro transtorno. Graças a Deus não precisei de radioterapia – uma coisa a menos. Contudo, os casos que vi quando ia tomar a quimio de metástases em pacientes que operaram há tempos, me assustavam. Ficava com medo que acontecesse comigo. Existiram vezes que senti  um verdadeiro pânico, não conseguia ser racional, enxergar os avanços da medicina atual e via minha fé indo pelo ralo. Isso ainda acontece, mas com pouca freqüência, o tempo ajuda muito, realmente. Quando tenho consulta com o médico que me operou saio de lá renovada, confiante. Quando tenho exames a fazer, nem eu me agüento de tanto nervoso; são noites sem dormir e muito medo.
Sinto que meu interior ficou extremamente abalado. Sempre fui confiante e forte; senti-me fraca durante muito tempo, sensível, evitava me deprimir, embora fosse difícil. Enquanto fiquei de licença médica, me sentia bem, menos exposta. Quando voltei a trabalhar, senti na pele o preconceito e a discriminação. Fiquei chocada, pois esperava atitudes mais inteligentes de pessoas que se julgam produtivas. Minha palavra e meu serviço foram colocados em dúvida diversas vezes, acompanhados por comentários desagradáveis, meu desempenho foi tantas vezes questionado que beirava o ridículo, já que vinham de pessoas “esclarecidas e inquestionáveis” perante a sociedade. Até hoje não consigo compreender o porquê dessa atitude pequena e desumana, e cada vez mais percebe a frieza e insensibilidade das pessoas “sadias” que nos cercam. Nunca quis privilégios, não acho justo. Mas esperava justiça, ainda mais num lugar onde teoricamente ela é praticada. Foi decepcionante, mas dou Graças a Deus por só meu corpo ter ficado doente. Espero que essas pessoas também tenham a chance de se curar...
Vivo em casa uma vida confortável, sou muito ajudada e apoiada, minha psicóloga é uma amiga que sempre me ouve. Sempre pensei em quem não tem esse privilégio.
Minha vida sexual só não era melhor por minha culpa, meu marido encarou minha doença e nunca me rejeitou, muito pelo contrário. Estava pouco à vontade com minha aparência e dificultava as coisas, isso ainda não é fácil de encarar e conviver, mas essa dificuldade está se diluindo com o tempo.
Tenho muito apoio e carinho por parte do meu marido (exemplar), minha irmã e minha mãe são incansáveis e se revezaram para cuidar de mim (minha mãe mora em São Paulo e minha irmã no interior). Vi o lado egoísta daqueles que quiseram se poupar de ver meu sofrimento e ignoraram a minha dor, não recebi telefonemas que considerava óbvios, e fui surpreendida por pessoas que se comoveram e ficaram do meu lado. Amigas que se ofereceram e que ficaram com minha filha para que ela saísse um pouco da minha casa. Pessoa que eu senti que podia contar, e com quem eu achava que contaria, não enxerga até hoje nem por um binóculo. Vi meu marido ficar só na hora que ele também precisava de alguém. Recebi visitas importantes, como uma amiga da minha irmã, mastectomizada há nove anos, que mora no interior e veio até a minha casa só para conversar comigo, e telefonemas de outras em igual situação.
Nunca esquecerei cada momento triste, mas também não esquecerei o lado solidário e carinhoso de mulheres e homens que, mesmo nunca tendo me visto, preocupam-se comigo até hoje, rezam por mim e sofreram com quem sofreu por mim. Nunca vou poder agradecer o suficiente a essas pessoas, que inconscientemente ajudaram-me tanto a repensar meus valores tão arcaicos, minhas prioridades absurdas. Reformulei minha vida, desde uma alimentação mais saudável até com quem gastar meu tempo e minhas energias. Agradeço a Deus quando deito e quando levanto, peço a Ele que me cure totalmente, e que ajude as pessoas que sofrem de câncer em geral. Peço que olhe por todos aqueles que longe ou perto, conviveram e se sensibilizaram com meu sofrimento. Eu nunca vou esquecer cada um deles.
Hoje posso dizer que estou muito bem. Terminei em dezembro de 1999 a quimioterapia (meu presentão de Natal), um mês depois da cirurgia já tinha total mobilidade do meu braço, não uso peruca desde o início de mar/2000, meus cabelos estão enormes (elogiados até por quem não sabe o que passei), vieram fortes, embora fossem lisos, renasceram encaracolados – mas após 2 anos começam a dar outro jeito. Tenho ainda meus maus momentos, passei por alguns sustos com “suspeitas que Graças a Deus não passaram de suspeitas”, mas confesso que na maior parte do tempo esqueço o que passei. Desenvolvi, aparentemente de modo espontâneo, um discreto edema no braço que incomoda, e é contornado com fisioterapia e cuidados.
Estou bem, e isso é que importa. Sou chamada de forte por várias pessoas e acho que sou mesmo. Só quem é forte consegue sobreviver ao que acontece por dentro e por fora de quem teve ou tem câncer de mama. Ainda sou surpreendida pelo medo, pavor e choro em algumas noites chuvosas de domingo, sinto que revivo minha triste descoberta. Estou na expectativa de poder fazer minha reconstrução de mama, mas serei cautelosa pois tenho que emagrecer.
O importante é que estou VIVA, para o mundo e para eu mesma; sempre fiquei para trás em meus planos e perante o mundo. Graças a Deus, tudo mudou...
Abraços /Vitoriosa
Maio / 2002

JOVEM AMADA/ 1991

Bem, tudo começou em julho de 1991 quando descobri, pelo auto-exame, um nódulo na mama esquerda. Não pensei em câncer. Como aos 20 anos já tinha tido um nódulo mamário benigno, supus que fosse a mesma coisa. Mas, claro, consultei imediatamente meu ginecologista que após uma mamografia diagnosticou "displasia mamária".
Tratei durante 1 ano como displasia mamária. Como o nódulo aumentou, meu marido decidiu que devíamos procurar um Mastologista em São Paulo. Assim fizemos. Era o dia 3 de setembro de 1992, véspera do aniversário de minha terceira filha. Tenho 4, dois meninos e duas meninas, que nessa época tinham 14,13,12 e 10 anos. Eram pré-adolescentes. O médico em São Paulo examinou-me, olhou a mamografia antiga e disse-nos que a chance de não ser câncer era pequena e que estávamos atrasados 1 ano. A cirurgia era urgente. Nós precisávamos voltar para casa e conversar com nossos filhos. Eu devia fazer os exames pré-operatórios, precisava de um doador de sangue na família e devia me internar no dia 7 de setembro. A cirurgia ficou marcada para o dia 8 do mesmo mês. Saímos do consultório médico e fomos ao Hospital Oswaldo Cruz já com o pedido de internação. Vendo os bancos na sombra de árvores frondosas, pedi ao meu marido que nos sentássemos um pouco ali. Eu precisava chorar. Mas qual não foi a minha surpresa quando, ao sentarmos, meu marido querido não conseguiu mais se conter e chorou feita criança. E assim, um consolando o outro, encontramos as forças que necessitávamos para enfrentar a tempestade que se formava à nossa volta. Reagimos e vimos que havia um inimigo a ser enfrentado e vencido. Não tive, a partir dai, mais dúvidas: era vencê-lo ou vencê-lo! E eu queria muito vencer: por meus filhos, por meu marido, pela grande família (pai, mãe, sogro, sogra, irmãos, enfim por todos aqueles que eu amava e que sabia me amavam também). Não tinha, portanto, escolha, era só vencer! Voltei para casa consciente das dificuldades, mas sabia que a mastectomia (o médico já havia me avisado que isto provavelmente aconteceria, mas ele faria antes biópsia por congelamento para se certificar), quimioterapia e radioterapia faziam parte das estratégias de guerra. Eram as armas necessárias e eu usaria tudo para vencer o inimigo fatal. Foi com este ânimo que conversamos com nossos filhos. Não escondemos nada. Falamos sobre a possibilidade de ser um câncer, mas que o enfrentaríamos para vencer. E eles se dispuseram a lutar junto. Éramos não mais somente uma família. Éramos um exército e cada um faria sua parte. Íamos vencer! E ninguém tinha dúvida disso! No dia 4 de setembro comemoramos o aniversário de nossa filha somente entre nós. No dia 11 e no dia 15 de setembro fariam aniversários os dois meninos e no dia 22 seria o meu. Assim nós prometemos que quando fosse possível faríamos uma festa para comemorarmos todos os aniversários. E isto aconteceu em 9 de outubro de 92!!!. Dia 7 de setembro fui para São Paulo com meu marido para a internação. Minha irmã veio do Rio pra cuidar das crianças. Nessa hora bateu o medo, a ansiedade, e questionei tanta coisa!!! Fui para a cirurgia confiante e já esperando pelo pior. Não me surpreendi com a mastectomia. Era a primeira batalha. O nódulo principal tinha 5 cm e havia também outros nódulos bem como comprometimento linfático. A quimioterapia era imprescindível. Fiquei internada até o dia 11 de setembro e quando tive alta fui para a casa de meu irmão que mora em São Paulo. Meus filhos estavam lá me esperando. Era aniversário do caçula e comemoramos em família. À noite eles foram embora e nesse dia meu marido também precisou voltar. Não podia mais ficar sem trabalhar e havia as crianças. Fiquei com meu irmão, minha cunhada e meus 2 sobrinhos que me cobriram de atenção e carinho. Mas como eles trabalham e meus sobrinhos (meninos) estavam na escola e tinham também outras atividades, não havia, durante o dia, quem cuidasse de mim. Desse modo, desde o primeiro dia em casa, tomei banho sozinho e cuidei de mim. O "cachorrinho" (dreno) incomodava e beliscava sempre e ficava dentro de uma sacola da Cultura Inglesa que para mim mais parecia Tortura Inglesa. Mas, tudo bem, fazia parte da minha guerra contra o câncer. Aproveitava os dias para ler, coisa que gosto muito. Também recebia visitas, poucas, mas de amigos verdadeiros e assistia televisão. À noite, quando todos chegavam, era aquela alegria. Vinha todos pra minha cama (de casal, meu irmão me cedeu o seu quarto que era maior e tinha TV) conversar, assistir ao Jornal Nacional e ao filme que tinham alugado pra mim. Nunca assisti a tantos filmes!!! Minha cunhada me acompanhava ao médico para as consultas de rotina, até que no 10º dia (dia 18 de setembro) tirei o dreno e tive alta para voltar pra casa. Não cabia em mim de tanta alegria!!! A primeira etapa estava vencida! Comprei a prótese e voltei pra casa. A segunda etapa começou logo em seguida: dia 21 de setembro, voltei a São Paulo e fiz a primeira sessão de quimio (foram 8 sessões, uma a cada 21 dias). Passei meu aniversário na cama... Cada sessão de quimio representava 3 dias de vômitos e mal-estar e outros 3 ou 4 me recuperando ainda nauseada. Era péssimo!!! Tive infecção urinária e gripe também, mas não deixei de cumprir o protocolo. Como conseqüência da quimio, meu cabelo caiu e no dia 1º de outubro fui a uma festa de 15 anos, de uma afilhada querida, Camila, de peruca. Todas as pessoas queriam ouvir a história da minha doença com detalhes, inclusive quimio, "calvície" e peruca. Como as pessoas gostam de desgraças!!! Mas eu estava bem, em completo equilíbrio e conversei com naturalidade, sem drama. Tinha bem noção de que não era a primeira nem a última pessoa a estar passando por aquela situação e que, afinal, sempre tem alguém pior. Aprendi a olhar pra baixo. Esta foi uma de muitas lições!!! Mas o tempo é um grande aliado! Terminaram as sessões de quimio, meu cabelo voltou a crescer e, em julho de 93, fiz a reconstrução da mama. Voltei ao Hospital Oswaldo Cruz com ansiedade, e medo também, mas cheia de esperança! A reconstrução ficou ótima. Deu volume ao lugar vazio da mama. E, claro, isto melhorou ainda mais a minha auto-estima. Aqui preciso dizer o quanto minha família e, especialmente meu marido, foi importante. Apesar de tudo eu me sentia bonita e nada prejudicou minha sexualidade. Tive vida sexual normal e nós, meu marido e eu, percebemos que queríamos envelhecer juntos, custasse o que custasse. Bem, lá se vão 7 anos, quase 8! Durante todo esse tempo fiz meus exames de controle do câncer e antes de fazê-los era aquela ansiedade e medo de que poderia aparecer alguma metástase. Mas quando vinham os resultados, enchia-me de esperança e alegria novamente. Todas as batalhas foram até agora vencidas e hoje acho que estou curada, mas a cada ano volto a fazer a bateria de exames de rotina. Não descuido!
Às vezes penso que esta guerra não tem fim...

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AMADA DE DEUS 2001

Nunca tive boas referências ao se tratar de câncer de mama, até por que não cheguei a conhecer minha sogra, que morreu de câncer de mama sem poder se tratar.
Em março de 1985 fui fazer uma visitinha rápida ao meu ginecologista, um check up antes de uma maravilhosa viagem à Europa que faria com meu marido. Estava recém casada pela segunda vez, embriagada de felicidade. A primeira mulher de meu marido também morreu de câncer de mama.
Neste exame corriqueiro meu médico viu um grande caroço no meu seio direito, pediu exames urgentes sem falar nada.
Fiz. Não me preocupava com nada, estava vivendo em função de meu grande sonho, pois não conhecia o Velho Continente, nada estragaria tanta felicidade.
Pela urgência pedida, ficaram todos prontos em 2 dias, e meu marido foi buscá-los depois de pegar nossos passaportes. O médico estava lá e falou com ele sobre o câncer de mama que já tomava conta de meus 2 seios.
Fiquei estarrecida ao saber. Eu ia morrer. Eu ia morrer. Não dava para tirar da cabeça essa sentença de morte.
Me virei contra Deus, como essa rasteira logo agora ? E tem hora certa para rasteiras ?
Eu estava casada com um homem maravilhoso, que me amava, meus filhos encaminhados.
Tudo desabava ao meu redor, incluindo a mim.
Me xinguei muito, porque nunca fiz o auto exame. Achava que isso era trabalho do médico e não meu. Eu tinha próteses de silicone e admirava meu busto, mas não a ponto de perceber um câncer.
Fui viajar mesmo assim. Me arrependo até hoje, porque fui pensando ser essa minha última chance de conhecer os lugares antes de morrer. As fotos refletem meu espírito na época, não aproveitei nada de toda aquela maravilha.
Queria fazer amor com meu marido muitas vezes, para compensar as vezes que ele talvez viesse a me ver sem meus seios. Ele percebeu. Eu estava fora de controle. Voltamos antes da data certa e fui marcar a cirurgia.
Em junho de 1985 fui mastectomizada. Perdi meus belos seios, e me anulei perante a vida.
Passei por um período crítico de saúde física, mental e todos os outros pontos que podem ser afetados.
Engordei e pedi a separação enquanto ainda fazia minhas 12 sessões de quimioterapia, Não queria forçar meu marido a conviver com quem ele não reconhecia mais fisicamente. Ele ignorou tudo que eu fazia e falava isso, sempre foi mais forte do que eu, embora não soubesse demonstrar. Nunca me deixou só, e compreendeu minha fraqueza e minha agonia, só que em silêncio, então não me sentia compreendida, pensava mil coisas.
Sofri muito, fiquei sem ver os amigos que tinha. Percebi que não tinha amigos, só minha família.
Meus filhos estiveram do meu lado, mas custou muito para me recuperar totalmente.
Esqueci do sexo que tanto adorava praticar. Esqueci da vaidade e quando vi estava desmazelada.
Foram 5 anos assim, até que eu aceitei viajar novamente para a Argentina. Lá conheci uma mulher que perdeu um seio, teve metástase no cérebro, andava de cadeira de rodas, e aproveitava a viagem mais que eu. Despertei.
Supus que minha vida começava agora, depois de 5 anos de operada. O terror da volta da doença passou quando fui me dando chance de ser feliz novamente.
Estou bem hoje, só não consegui tomar coragem para fazer a reconstrução. Nisso meu marido foi aberto e me apoiou, diz que não sente falta deles, mas que sentiria falta de mim.
Bonito, não é ?
Escrevo minha história depois de ter voltado da minha terceira viagem à Europa. Espero com ela ajudar outras tantas que talvez estejam iguais a mim, desistindo da vida enquanto tem que desistir da doença, do sofrimento. Meu sofrimento mental foi pior que o físico.
Reaprendi a fazer amor, continua sendo bom, Graças a Deus, pensei ter esquecido de como era. Minhas cicatrizes me importam menos e estou de bem com minha aparência.
Sejam felizes, é o que importa. Com ou sem seio, mas felizes. Sempre.
AMADA DE DEUS /Abr / 2001

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lUA MAR /2001

Bom, acho que o meu depoimento vai ser muito útil para as mulheres que se encontrarem na mesma situação em que me encontrava, principalmente as mais novas, pois ainda são casos raros e difíceis de encontrarmos.

Tudo começou quando dei um mau jeito no meu braço direito, cheguei a ficar com o braço dolorido, até parece que foi um alerta de Deus, pois ao massagear o braço na altura do ombro senti uma pontada na parte superior do meu seio. Para minha surpresa, de uma hora para outra percebi que estava com um nódulo. E foi uma surpresa mesmo, pois haviam apenas 5 meses que tinha feito minha consulta anual com meu ginecologista. Sempre fui muito atenta a tudo o que acontecia no meu corpo.

No mesmo dia procurei um pronto socorro, e depois de passar por um clínico geral fui aconselhada a procurar o Hospital do Câncer, pois lá seria o local ideal, com alguns dos melhores profissionais e uma excelente infra estrutura.
No dia seguinte consegui uma consulta com um mastologista, que ao me examinar me tranqüilizou, pois eu não tinha histórico familiar e tinha apenas 29 anos, portanto deveria ser apenas um nódulo benigno.

Marcamos uma micro cirurgia para a semana seguinte, para a retirada do nódulo. Fiz a micro cirurgia, e uma semana depois, no dia 04/09/00 recebi o resultado da biópsia: era câncer.
Nessa hora, ao mesmo tempo que fiquei chocada, eu tinha dentro de mim uma única certeza, que eu ia sair dessa. Nesse mesmo dia já comecei os exames pré operatórios, e no decorrer de 8 dias já tinha todos eles concluídos. Graças a Deus eu estava em ótimo estado para me submeter a cirurgia.

No dia 14/09/00 dei entrada no centro cirúrgico para ser operada. Fiz mastectomia radical e a reconstrução mamária no mesmo dia, foram 6 horas de cirurgia.
Dois dias depois já estava deixando o hospital, e 5 dias após já estava tirando os drenos. Com 5 sessões de fisioterapia consegui recuperar os movimentos do meu braço.
Quando recebi o resultado dos exames da mama retirada e dos gânglios, fiquei super feliz, pois na mama já não havia nenhum resquício do tumor, e os gânglios estavam todos sadios.

Em outubro comecei as sessões de quimioterapia, seriam 4 no total com intervalos de 21 dias. Meus cabelos começaram a cair no 15º dia após a primeira quimio, neste mesmo dia fui a um cabeleireiro e cortei tudo. Hoje já terminei a quimio, e já estou fazendo meus primeiros retornos nos médicos.

Acima eu somente relatei meus passos durante esses últimos 6 meses da minha vida, mas o mais importante eu ainda não falei para vocês.
Para mim o mais importante é o que senti, e eu posso garantir à vocês que eu não me importei nem um pouco com os meus cabelos que caíram, não me importei com a mama retirada, e sabem o porquê ?
Porque não existe bem maior que estar VIVA, isso é o que realmente me importa, e hoje agradeço a Deus por existir essa cirurgia, por existir a quimioterapia, por existirem médicos que estudam cada vez mais para tratar dos nossos problemas.
Hoje eu sou uma pessoa muito mais feliz do que eu era antes, pois sou uma pessoa abençoada, recebi uma segunda chance na minha vida, eu nasci de novo.

E essa força toda que tive para encarar esses obstáculos recebi de Deus, da minha família (meus pais e meus irmãos) e do meu noivo.
Então, minhas amigas, não lastimem, não se entreguem, levantem a cabeça, gastem as suas energias com pensamentos positivos. A palavra tem um poder muito forte, e quando perguntarem como vocês estão, falem sempre que estão ótimas, que está tudo bem, vocês vão ver que tudo a sua volta vai mudar.
Um grande abraço.
Lua Nova
Mar / 2001


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AJEB - Portugal/2001



Era um outubro morno, quase com roupagens de outono, mas ainda aquecia.
Estávamos em 2000, numa dessas manhãs outonais. O chuveiro corria, corria, e eu deliciava-me com as carícias que a água faz, ao tocar o nosso corpo. Ao ensaboar-me, senti que algo de diferente se passava no meu corpo; tornei a tocar o mesmo sítio e senti um durãozinho no seio esquerdo. Por momentos o meu pensamento ensombrou-se.

Desviei de imediato o negrume que me tinha ocorrido. O dia correu normal sem mais lembrar o que tinha acontecido. No dia seguinte, ao proceder da mesma maneira, o grãozinho continuava lá. Não pensei duas vezes, contatei o meu médico e contei-lhe o sucedido. De imediato fui consultada e para mais certezas fui fazer uma mamografia e uma ecografia.

Não fiquei de modo nenhum preocupada, pois eram exames que iriam confirmar o diagnóstico. Quando todos os exames estavam prontos, voltei ao médico. Como ele é uma pessoa que nos transmite confiança e tranqüilidade, quaisquer desconfianças que pudessem existir dissiparam-se. Depois de atentamente ter verificado os exames, disse-me:- o melhor é tirarmos esse nódulo para não causar problemas. Indicou-me uma equipe e continuei na minha vida normal, sem qualquer espectro que me passasse pela mente.

No dia indicado para a consulta, fiquei satisfeitíssima ao verificar que um dos médicos que acima referi, era um grande amigo, uma pessoa que em todo o desenrolar deste problema foi: médico e amigo, muito humano, com uma presença e ajuda extraordinária. Parece-me, que no decorrer de todo este processo, só tive pessoas que me ajudassem e encorajassem, incluindo os meus familiares. Não pensava nem tinha a menor idéia, do que ia acontecer. Foi-me feita nessa consulta uma punção, e enviada para o laboratório. Entretanto marcaram-me nova consulta, para saber o resultado do exame. Passaram talvez três semanas e regressei à consulta para ser informada do resultado. Este foi negativo. Estava-se confiante, mais ainda fiquei. Nunca me passou pela cabeça quaisquer dramas. O médico e toda a sua equipe foram de opinião, e de acordo com o relatório dos exames anteriores, que fosse feita a extração do nódulo. Contatei o meu médico assistente, que concordou com a decisão dos colegas.

Dei entrada no hospital no dia 8 de dezembro de 200, e no dia seguinte fui operada. Na véspera da operação lá estava o meu amigo médico, que com a sua presença, me inspirava confiança. É uma pessoa muito humana e carinhosa. Fiquei mais confiante, pois nestas situações sou muito medricas! Já vestido para operar, ele nos últimos minutos antes da  operação esteve comigo a encorajar-me e desejar boa sorte. A sua presença foi humanamente extraordinária. Fui operada, tudo correu bem, nunca tive dores. Ao terceiro dia já estava em minha casa, bem disposta. Entretanto o nódulo foi enviado para análise. A minha vida correu normal. Passei o Natal e o Ano Novo com meus filhos e netos.

Janeiro aproxima-se, um tanto frio e cauteloso. Talvez por volta do dia 9 de Janeiro, quase ao entardecer, ouvi o telefone. Atendi e fiquei feliz ao ouvir a voz do meu querido médico, perguntou-me como tinha passado as festas, e a conversa prolongou-se amigável, eis senão quando ele me diz:- amiga, temos que lhe tirar a mama. Só consegui dizer; desculpe doutor, vou desligar. Depois daquele telefonema creio que me tornei a criatura mais infeliz, à face da terra. Foram quatro dias que mergulhei numa melancolia. Não quis ver ninguém. Não era propriamente o que me ia acontecer, mas aquilo que me aconteceu.

Em dia determinado, fui para o hospital era um autêntico autômato, sem vontade própria. Mesmo assim alheada do que me rodeava, nunca dei ao problema o peso que ele na realidade tinha. Fiz todo o ritual da preparação para ser operada, e às duas horas do dia 11 de Janeiro de 2001, entrava no bloco operatório. O tempo que antecedeu vai descrevê-lo. Acordei cedo, tinha dormido uma noite tranqüila, pois para isso tomei um tranqüilizante. Tomei um banho e voltei para o meu quarto. Isto se passou no hospital. Em determinada altura, entrou no meu quarto uma pessoa que eu logo deduzi que seria o médico.
Pronunciou o meu nome (estou a viver tudo como se fosse hoje) eu respondi; nunca o tinha visto, não se mostrou simpático. Disse-me:- a senhora sabe o que vai fazer? As suas palavras assemelharam-se a algo de fatalista. Assinei o papel que o médico me entregou, ele saiu e fiquei com uma sensação de vazio. Sentada na cama, perdida em cogitações, alguém me toca. Era o assistente do meu médico, para me dar uma palavra de conforto, pois o mesmo estava retido na cama com uma forte constipação . As suas palavras foram de encorajamento e a sua simpatia, deu-me um pouco de ânimo. Era chegada a hora da verdade! Não estava nervosa, jamais  esquecerei este dia, já no bloco operatório tive uma sensação extraordinária, pois lá estavam enfermeiras que tinham sido minhas alunas, dando-me uma força, ou melhor, fez-se em mim uma luz, posso dizer que com tanta manifestação de simpatia e coragem, fiquei eufórica e já não dei por nada.

Voltei para o quarto às 18h 30min., segundo me foi dito. Lembro-me duma imagem muito tênue da presença da minha filha, mas o sono era tanto que voltei a adormecer, só acordei no outro dia de manhã. Uma MULHER totalmente diferente. Encarando e aceitando tudo com naturalidade, até achei que nesse dia, o sol era mais brilhante. Bem disposta comecei a sentir a vida de outra maneira com otimismo, sem lamentações e dores, no dia seguinte levantei-me, fiz minha higiene, passei pelos corredores, conversei. Era outra. Fui tratada com muito carinho por médicos, enfermeiros e pessoal auxiliar do hospital. Saí dois dias depois. Os dias passaram, estava bem disposta, saindo, indo às consultas de rotina. Era tempo de entrar no processo da quimioterapia. Não é nenhum bicho de sete cabeças. Estava informada de tudo pelo meu médico, que me apresentou a médica oncologista. Seria ela que iria dar continuidade ao trabalho, e também fazia parte da equipe. Fui apresentada às enfermeiras da unidade de quimioterapia, que além de serem carinhosas, são ótimas profissionais. Esclarecida de todo o processo, fui acompanhada por uma psicóloga. Talvez tivesse Deus a ajudar-me. O que vos digo é que não tive os tais sintomas que o tratamento dá. Por isso, dou graças a Deus. Fiz o tratamento de quimioterapia, fui submetida no final à avaliação e passei nos exames. A minha disposição passou a ser ótima, olhando a vida com amor, e dando um valor muito grande a quem sofre, e não consegue reagir. Quando ia às sessões de quimioterapia encontrava as pessoas tão desmoralizadas, abatidas, como se fosse o fim. Então eu pensava: quanto eu gostaria de dar um pouco da minha boa disposição e vontade de viver. Aquilo que eu tinha imaginado que fazia falta, tornou-se realidade.

Um dia encontrei alguém de bata branca a dar apoio aos doentes. Fui para casa e comecei a pensar: eu podia repartir a minha experiência com aquelas pessoas, tão carenciadas duma palavra de encorajamento. Terminei o meu tratamento. Fui indagar como poderia fazer parte de ação tão meritória como é "O Voluntariado", de "vencer e viver".Não foi difícil. Infelizmente não há muito quem queira dar um pouco da sua experiência.
Fui admitida e no dia 18, de Julho de 2000, foi o meu primeiro dia de serviço na unidade como voluntária. Movida dum espírito de força, coragem, o querer dar-nos aos outros para lhe dar uma melhor qualidade de vida, foi o que me levou para O Voluntariado. Quero deixar o meu testemunho, para que todos ou todas aquelas que passaram pelo mesmo problema, saibam encarar de fronte erguida e com pensamento positivo. Tudo será melhor. Aqui estou eu, para vos dizer bem alto: não desanimem, siga o meu exemplo, Deus está do nosso lado
Um grande abraço.
AJEB
Mar / 2001


HISTÓRIAS DE SUPERAÇÃO NA LUTA CONTRA O CÂNCER

Juiz-foranos dão depoimentos de como lutaram e obtiveram sucesso contra câncer de colo do útero, estômago e mama. Eles estão curados


Foto de mãe e filha
Histórias de pessoas que superaram o câncer são bons exemplos de que a luta contra a doença é capaz de terminar na vitória do paciente. O Portal ACESSA.com ouviu depoimentos de juiz-foranos que travaram uma batalha contra o mal e obtiveram cura de cânceres que assolaram o colo do útero, o estômago e a mama.
Vontade de vencer, apoio da família e de amigos, acompanhamento médico específico e disciplina levaram ao sucesso alcançado pelos entrevistados. Compartilhar informações sobre a doença é considerado por eles um meio de estimular a luta contra a doença.
Grávida após câncer de colo do útero
A supervisora administrativa Aline Duarte foi acometida por um câncer de colo do útero, proveniente de papiloma vírus humano (HPV). Ela descobriu a doença aos 19 anos, durante o pós-parto de seu primeiro filho. "Engravidei com 18 anos e, quando a gestação chegou próxima à 28ª semana, uma ultrassonografia identificou diástole zero do útero. O feto já não estava sendo alimentado. Tivemos que fazer um parto prematuro. O menino nasceu com 26 centímetros e 850 gramas, mas não resistiu e faleceu dias depois."
Durante o acompanhamento pós-parto, foi descoberta a presença de três pequenos tumores no colo do útero. Após ser feita biópsias, foi indicada a necessidade de ser realizada uma cirurgia. "A indicação era de remover todo o colo do útero. Mas a médica teve a sensibilidade de ver que eu era uma menina de 19 anos, que havia perdido um filho recentemente, e escolheu por intervenções chamadas de conizações." Segundo Aline, tais cirurgias foram possíveis porque os tumores tinham a característica de serem profundos e estreitos. "Assim sendo, houve a chance de se extrair só os tumores, sem remover todo o colo do útero." Após passar por um tratamento medicamentoso, Aline recebeu a notícia de que não poderia engravidar novamente.
  • Com o passar do tratamento, a possibilidade de ter mais um filho apareceu em uma consulta médica. "A médica disse que haveria a chance, mas que seria uma gravidez de alto risco, que ia demandar um acompanhamento severo. Eu queria engravidar, então arrisquei. Aos 22 anos, engravidei novamente." A gestação foi tratada com imensa disciplina. E, mesmo com tanto cuidado, Aline precisou passar por uma cirurgia de cerclagem do colo do útero, com 16 semanas de gestação. "Costuraram o colo do meu útero, pois ele estava fragilizado, já que havia perdido força, por conta da remoção dos tumores. A intenção da cirurgia era permitir que meu útero fosse capaz de suportar o peso da criança." A partir da intervenção, o repouso foi absoluto e ainda eram usados medicamentos para evitar a contração muscular e o trabalho de parto prematuro.
Com 30 semanas de gestação, Aline deu à luz a sua filha, hoje com 7 anos (foto acima). "Minha filha é meu tesouro. É o que tenho de mais precioso. Passar por toda essa experiência e vê-la bem, com uma saúde de ferro, é a recompensa de ter vencido a doença." Por conta do HPV, Aline ainda faz acompanhamentos e exames específicos para verificar a saúde do útero. "Sempre fico com receio, pois tenho o vírus ativo em mim. Hoje não penso em ter filhos, mas ainda tenho muita vida pela frente e posso mudar de ideia."
Venceu um câncer de estômago
"Hoje, como mais do que comia antes. Tenho uma vida normal, mas faço acompanhamento da doença de três em três meses."
Durante uma visita ao proctologista, o aposentado Miguel Carvalho Henriques queixou-se de uma dor na barriga com o médico, que resolveu encaminhá-lo a um endocrinologista. Em uma endoscopia com biópsia, foi descoberto um câncer no estômago. "Fiquei preocupado, pois uma notícia como essa causa preocupação. Mas considero que minha reação foi normal. Minha esposa ficou mais apavorada." O tumor foi identificado no início de sua formação, o que aumentava a chance de cura. "O médico disse que estava no início e que eu podia ficar curado. Alertou para o risco que qualquer cirurgia traz, mas disse que seria necessário fazer uma intervenção."
A remoção de parte do estômago foi adiada por uma semana, pois a esposa de Henriques ficou receosa da operação. "Fomos pedir a opinião de mais dois médicos e os três indicaram a necessidade de cirurgia. Um conhecido, que já havia passado pelo mesmo problema, nos encorajou a seguir em frente, dizendo que estava ótimo e que não teve a rotina alterada. Então, parti para a cirurgia."
Henriques perdeu 80% do estômago e foi obrigado a parar de fumar. "Hoje, como mais do que comia antes. Tenho uma vida normal, mas faço acompanhamento da doença de três em três meses, até que passe o período crítico de cinco anos." Ele não mostra preocupação na possibilidade de descobrir outro tipo de tumor. "Sinceramente? Tenho muita fé em Deus. O que vier, tenho que encarar, com a ajuda da minha família."
Identificou tumor na mama fazendo autoexame
A empresária Sandra Alonso descobriu um câncer de mama fazendo o autoexame, no início de 2010. "Fiz o toque e senti um caroço. Procurei um mastologista e comecei a fazer exames. Na ocasião, os médicos diziam que não era nada, por causa do tamanho e do formato do tumor. Acharam que era algo benigno. Mas insisti em fazer uma biópsia e foi descoberto que era câncer." Sandra lembra que, ao receber o resultado, ficou sem chão. "Levei minha filha, que tinha 10 anos na época, e não consegui disfarçar o desespero perto dela. A gente fica sem chão. Foi um susto muito grande."
O câncer obrigou Sandra a tirar toda a mama, imediatamente substituída por uma prótese. Ela ainda passou por seis sessões de quimioterapia, que a levaram a perder os cabelos. "Passei muito mal, tive enjoo, vomitava demais. O cabelo foi cair só na segunda sessão de quimioterapia. Foi uma sensação horrível. A fase mais chocante da doença." A empresária precisou ainda ser orientada por uma nutricionista. "Os alimentos ficaram sem gosto. Eu não conseguia comer bem. Quando o paladar voltava, já estava perto de outra sessão."
"Vá ao médico, faça o autoexame, faça a mamografia. O câncer tem cura."
Hoje Sandra está curada. "Faça um acompanhamento da doença de três em três meses e será assim até completar cinco anos de cirurgia. Tenho fé de que não serei acometida novamente, mas sei do risco de a doença voltar." Segundo ela, os ensinamentos que ficaram sobre o câncer são repassados para outros pacientes. "Sempre que posso, tento tirar uma dúvida de alguém que está passando pelo que já passei. É bom ouvir palavras de conforto. Tenho uma família unida e amigos que estiveram presentes, ligando, dando uma força, dizendo 'você vai vencer'. É importante ter apoio nessas horas."
Além disso, ela enxerga outras mudanças em seu comportamento. "Deus me deu a chance de aprender a dar importância às coisas que realmente são importantes na vida. O conselho que dou para qualquer pessoa que tenha suspeita de câncer é que não tenha medo de ir ao médico, não tema fazer exames. Vá ao médico, faça o autoexame, faça a mamografia. O câncer tem cura."