COISAS DA IGREJA

A HORA DA RECONCILIAÇÃO E CURA


A Quaresma é um tempo maravilhoso para celebrar a reconciliação e a cura que Deus nos oferece em Jesus Cristo. Como toda experiência religiosa é preciso preparação.
A reconciliação é realizada por Deus. Nós nos preparamos para recebê-la em atitude de oração e revisão de vida. Por meio deste gesto vamos reconhecer quais as áreas de nossa vida que necessitam mais da luz curadora de Deus. Podemos iniciar este momento com uma pergunta simples: onde estou mais necessitando do perdão e cura de Deus?
Este não é um momento para despertar sentimento de culpa ou desânimo. O foco é a infinita misericórdia de Deus que deseja restaurar nosso ser. É necessário reconhecer onde erramos o alvo, tendo o olhar fixo na bondade de Deus. “ Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: em nos ter enviado ao mundo o seu Filho único, para que vivamos por ele. 10. Nisto consiste o amor: não em termos nós amado a Deus, mas em ter-nos ele amado, e enviado o seu Filho para expiar os nossos pecados.” (1Jo 4,9-10).
Não tenha medo de reconhecer áreas de sua infância onde não se sentiu amado ou viveu conflitos. Não esconda suas emoções feridas (mágoas, traumas, complexos…) ou negativas (medo, tristeza, pessimismo…). Reconheça falhas do seu relacionamento familiar (por exemplo o modo como tem tratado esposa, marido, filhos, pais…) ou com as pessoas em geral (atitudes ou palavras que prejudicaram seus semelhantes).
Também existem hábitos ruins, fraquezas, vícios… que permanecem em virtude da maneira descuidada como usamos a leitura, filmes, internet…
E o lugar onde fomos colocados por Deus? Cada um no seu estado de vida (criança, jovem, adulto ou idoso) é chamado a refletir o amor de Deus. O estudo, trabalho doméstico, profissão, e até a condição de aposentado é a oportunidade para ser parceiro de Deus na construção de um mundo melhor. Em cada realidade da vida o cristão coloca o melhor de si, porque tudo é feito para Deus e não para os homens (cf Col 3,23).
E por fim a nossa comunhão com Deus. Não existe verdadeira reconciliação e cura se de todo o coração não voltamos para Deus. É necessária a comunhão diária com Deus por meio da oração alimentada pela Palavra, a disciplina da visita semanal ao Santíssimo sacramento e o momento central celebrado na Eucaristia dominical.
A reconciliação é Deus quem a realiza. Recebê-la e celebrá-la é a nossa parte. No sacramento da reconciliação – a confissão – recebemos e celebramos o perdão e cura de Deus. Por meio deste sacramento nos unimos ao infinito amor de Deus, que deseja nos resgatar. Aí reconhecemos que somos pecadores, demonstramos nosso arrependimento e o desejo de viver uma vida nova com o perdão de Deus.
Uma parte importante do sacramento de reconciliação é o processo de cicatrização das faltas confessadas. A reconciliação exige o propósito de lutar para não mais cometer as mesmas faltas, e repará-las, na medida do possível. O remédio imediato é a oração, isto é, pedir a Deus a graça para viver o perdão recebido. Também é necessário lembrar do alerta de Jesus em Mt 26,41: “Vigiai e orai para que não entreis em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca.”.
Esta é a hora para se aproximar de Deus e renovar a certeza do seu infinito amor pessoal por nós. Deus esta batendo à nossa parte, tenhamos a coragem de abrir e deixá-lo entrar.

Ato de Contrição
Meu Deus , eu me arrependo de todo o coração de vos Ter ofendido , porque sois tão bom e amável . Prometo , com a vossa graça , esforçar-me para ser bom. Meu Jesus , misericórdia !
Senhor meu Jesus Cristo , Deus e homem verdadeiro , Criador e Redentor meu : por serdes Vós quem sois , sumamente bom e digno de ser amado sobre todas as coisas , e porque Vos amo e estimo , pesa-me , Senhor , de todo o meu coração , de Vos Ter ofendido ; pesa-me também de Ter perdido o céu e merecido o inferno ; e proponho firmemente , ajudado com o auxílio de Vossa divina graça , emendar-me e nunca mais Vos tornar a ofender . espero alcançar o perdão de minhas culpas pela Vossa infinita misericórdia.
Amém!!

Beato Pier Giorgio Frassati

Os jovens necessitam descobrir exemplos de vida capazes de inspirá-los a viver a verdadeira experiência de Deus. Pier Giorgio Frassati  é um destes testemunhos apresentados pela Igreja para desafiar os jovens a se lançarem na aventura maravilhosa de seguir a Jesus Cristo. A vida deste jovem mostra a importância de não perder tempo, a vida é um dom que não pode ser desperdiçado.
A VIDA DE UM JOVEM CHEIO DO AMOR DE DEUS
Pier Giorgio Frassati nasceu nos arredores de Turim (Itália) a 6 de Abril de 1901, de família rica: seu pai era embaixador da Itália na Alemanha, assim como diretor e proprietário do jor­nal La Stampa; a mãe era pintora. Infelizmente o casal não se dava muito bem, vivendo cada um a sua vida. Apesar de toda a abundância, Pier Giorgio  foi educado com austeridade e ele mesmo se impôs rigor, por exemplo, jejuando à risca na Quaresma. Foi educado num colégio dos Jesuítas e aí aprendeu a participar no Apostolado da Oração (rezava como quem respira e comunga­va diariamente, sendo também grande devoto de Maria a quem rezava diariamente o terço). Participava igualmente nas Confe­rências Vicentinas que lhe deram o ensejo de conhecer o mundo pobre, procurando ajudar os necessitados. Na Ação Católica desenvolveu o seu espírito apostólico, ardente e corajoso.
Era alegre e convivia com todos, rapazes e moças, mas mantendo sempre a dignidade e a pureza. Testemunha um colega: «Nunca o vi gracejar sobre temas de amor.» E outro: «Conseguia manter amizade sincera com as moças, sem a mí­nima sombra de leviandade.» Chegou a enamorar-se por uma jovem de grande beleza e simplicidade, mas não obtendo o consentimento da família, afastou-se dela, amargurado. Apesar do estudo, do apostolado e da oração, tinha ainda tempo para o desporto, sendo um grande desportista, sobretudo alpinista e esquiador (o painel da sua beatificação mostrava-o esquiando na neve das altas montanhas). Era também amante da arte, principalmente do teatro.
Faleceu a 4 de Julho de 1925, apenas com 24 anos, na vés­pera de concluir o curso de Engenharia de Minas. Na Igreja de Crocetta, que frequentava diariamente, pode ler-se numa lápide:
Pier Giorgio  Frassati, apóstolo da caridade. Aqui, na oração e união eucarística quotidiana conseguia luz e força para combater o bom combate, realizar o curso da vida e responder sereno à ines­perada chamada de Deus como bom soldado de Cristo. Recorda­ção e estímulo para os jovens.
Foi beatificado por João Paulo II a 20 de Maio de 1990, assistindo muitos jovens e membros da Acção Católica. O Papa dirigindo-se a eles, no final da cerimónia, disse:
“Caros jovens, convido-vos a imitar o exemplo do novo beato. Sa­bei também vós recolher-vos muitas vezes na oração e na medi­tação, com a Mãe do Redentor, para revigorardes a vossa fé e inspirardes no modelo de vida de Maria Santíssima o vosso serviço a Cristo e à Igreja.”
Na homilia da beatificação, João Paulo II tinha apontado as virtudes fundamentais de Pier Giorgio :
“A fé e a caridade, verdadeiras forças motrizes da sua existência, tornaram-no ativo e operoso no ambiente em que viveu, na famí­lia e na escola, na universidade e na sociedade, transformaram-no em alegre e entusiasta apóstolo de Cristo, em apaixonado seguidor da Sua mensagem e da Sua caridade. O segredo do seu zelo apos­tólico e da sua santidade, deve ser buscado no itinerário ascético e espiritual por ele percorrido; na oração, na adoração perseverante, também nocturna, ao Santíssimo Sacramento; na sua sede da Pa­lavra de Deus perscrutada nos textos bíblicos; na serena aceitação das dificuldades da vida, mesmo familiares; na castidade vivida com disciplina alegre e sem compromissos; na predilecção quoti­diana pelo silêncio e pela normalidade da existência.”
Citação
«Nós católicos, e principalmente nós estudantes temos um grande de­ver a cumprir: a formação de nós mesmos. Nós, que por graça de Deus somos católicos, não devemos esbanjar os melhores anos da nossa vida, como infelizmente fazem tantos jovens, que se preocupam de gozar daqueles bens que não trazem algum bem, mas que comportam como fruto a imoralidade da nossa sociedade moderna. Devemos forjar o nosso carácter para estar prontos a sustentar as lutas que certamente devemos travar.» (Pier Giorgio Frassati Escritos)

Viva bem cada dia







São Bernardo de Claraval diz: “Se esperais muito de Deus, Ele fará muito por vós, se esperais pouco, Ele fará pouco”
Em toda a Bíblia a palavra ontem aparece 12 vezes, amanhã 58 vezes e hoje 266 vezes. Isto nos revela a importância que Deus dá ao presente e a um modo de vida onde a cada dia se valorizam as graças recebidas. Esta atitude de vida somente é possível se não ficamos presos ao passado, e somos plenamente confiantes de que a nossa vida esta nas mãos de Deus. Ontem é passado, amanhã ainda não chegou, e hoje é a oportunidade de sermos felizes. Poucos compreendem o segredo extraordinário destas palavras. Entretanto, esta é uma verdade ensinada pelo próprio Jesus, em Mt 6, 34: “Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado.”.
É importante entender que o passado não volta, e assim não existe nada que possa ser dito ou feito para mudá-lo. Aquilo que fazia parte da nossa vida ontem já esta nas mãos bondosas de Deus. O mesmo vale para o amanhã com as possibilidades de sucesso ou fracasso. O futuro pertence a Deus. A nossa parte é a de viver bem hoje. Quem tenta carregar o peso do passado e dos dias que virão esta destinado à infelicidade.
Jesus deseja nos libertar do peso do passado e do medo do futuro. Para isso é necessário colocar a nossas mãos junto às suas, e sempre ter presente de que Ele esta nos conduzindo pelos caminhos seguros da vida. Não se esqueça nunca: ontem passou, amanhã não chegou e hoje Deus irá ajudar você.



images jesus


A vida cristã verdadeira acontece na prática de atos bons no nosso dia a dia. Por meio das nossas atividades cotidianas somos chamados a testemunhar o maravilhoso amor de Deus. Para isso não são necessários gestos heróicos, mas somente aprender a dar o melhor de nós em tudo.
O bom Ladrão, que foi pregado na cruz, tinha levado vida de cri­mes e maldades e ele mesmo confessou que merecia justamente a morte pavorosa da crucificação. Todavia, por um só ato de contrição: ” Jesus, lembra-te de mim, quando tiveres entrado no teu Reino!”(Lc 23,42), obteve pleno perdão dos seus pecados e mereceu ouvir de Nosso Senhor estas palavras ma­ravilhosas: “hoje estarás comigo no paraíso.”(Lc 23,43). Mais do que isso: tornou-se santo que é conhecido pelo nome de S. Dimas.
O Pobre Publicano, dobrado sob o pesado fardo de seus muitos e grandes pecados, tinha tão clara consciência da sua culpa, que não se atreveu a aproximar-se da parte mais santa do templo. Lá de longe, ba­teu no peito, curvou a cabeça e disse aquelas simples palavras: ” Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador! ” (Lc 18,13). E voltou justificado para casa.
A oferta da Viúva. Estava uma vez Nosso Senhor no Templo. Por ser dia de festa acudiam ali os Príncipes do povo e os mais nobres e ricos dos judeus, e deitavam grandes esmolas no tesouro do Templo. Veio, por fim, também uma pobre viúva e lançou na caixa das esmolas a sua pequena oferta, que era quanto tinha. Nosso Senhor, que observava tudo o que se passava, voltou-se para os apóstolos e disse: ” esta pobre viúva pôs mais do que os outros. Pois todos aqueles lançaram nas ofertas de Deus o que lhes sobra; esta, porém, deu, da sua indigência, tudo o que lhe restava para o sustento. “(Lc 21,2-4). Este gesto vale tanto para as coisas materiais, como também pela capacidade de gastar o próprio tempo para ser útil a todas as pessoas.
Na vida dos santos encontramos estes exemplos, indicando que pequenos gestos são capazes de formar grandes homens e mulheres de Deus:
 S. Martinho, sendo soldado e ainda não baptizado, deu uma vez a um pobre metade da sua capa, visto que nada mais tinha consigo para lhe dar. Nessa noite lhe apareceu Nosso Senhor, envolto na mesma capa e disse: “Martinho, o jovem, deu-me esta capa”.
Certo dia, Jordão da Saxónia, estudante da Universidade de Bo­lonha, encontrou um mendigo que lhe pediu esmola por amor de Deus. Jordão, que nessa ocasião nada mais tinha ali para dar, tirou um cinto valiosíssimo que trazia, cravejado de pedras preciosas, e deu-o ao pobre. Momentos depois entrou numa igreja e, com surpresa, viu que o seu cin­to cingia Jesus Cristo Crucificado. Jordão veio a ser grande Santo e foi geral da Ordem Dominicana, sucessor de S. Domingos, e um dos mais zelosos apóstolos do seu tempo.
João Gualberto, nobre florentino, não negou ao assassino de seu irmão o perdão que ele lhe pediu por amor de Jesus Cristo. Entrou em seguida na igreja próxima e foi ajoelhar diante do Crucifixo. O Senhor Crucificado olhou-o com infinita doçura e inclinou para ele a cabeça amorosamente. Iluminado pela graça divina, João tornou-se santo e veio a fundar uma ordem de religiosos.
Santo Antão, jovem e rico, vivia no mundo, mas ouviu um sermão atentamente. O fruto desse sermão foi tornar-se Antão não somente santo mas pai e modelo de santos.
Santo Inácio de Loyola fez-se santo pela leitura de um bom livro cristão.
Deus nos ajude a descobrir a sua presença sempre nos acompanhando, e nos dê a graça através de nosso exemplo levar muitos à salvação

O sonho de João XXIII

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O Papa João XXIII tinha um grande sonho! Qual? Conduzir a Igreja  a uma profunda renovação espiritual, conforme a sua oração, no final da carta de convocação para o Concílio:
“’Renova os teus milagres neste nossos dias, como em um novos Pentecostes. Permita que tua Igreja, unida em pensamento e firme em oração com Maria, a Mãe de Jesus, possa prosseguir na construção do Reino do nosso Divino Salvador, reino de verdade e de justiça, reino do amor e da paz. Amém’. ”
 A fontes para este pedido são três:
1ª - O Pentecostes de Jerusalém lido agora em Atos 2,1-4:
“Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.”
 Aí homens e mulheres foram transformados pelo poder de Deus e tornaram-se tochas vivas do Seu poder no mundo. 
 – Os escritos de madre Elena Guerra. No seu livro Renascer do Espírito Santo escreve no primeiro parágrafo:
 “ O Espírito Santo é a tua verdadeira vida e não podes fazer nada bem sem Ele.”
 – As visitas à uma aldeia pequena de 300 habitantes na antiga Tchecoslovaquia.
 Tudo começou no século XI, quando os habitantes da aldeia se viam em risco de morrer de fome, em conseqüência da onda de frio que lhes arruinou as colheitas, eles decidiram orar a Deus, pedindo a sua benção.
 Uma senhora de belas feições, que não se identificou nem disse de onde vinha, apareceu na montanha e ensinou-lhes como implorar o Espírito Santo. À medida que iam seguindo as suas instruções, eles todos receberam, plenamente, o Espírito Santo, dons ca­rismáticos, e o do dons dons: o amor. Naquele inverno, o pão foi cozido com farinha sagrada, e as suas provisões duraram, milagro­samente, até à colheita seguinte.
A força da oração e a manifestação do amor de Deus era tão forte que dispensava a necessidade de cadeias e hospitais. Quando alguém adoecia, a vila inteira se unia em oração até que viesse a cura do enfermo. As famílias eram unidas, não existia divórcio. Reinavam os bons costumes.
 A Bíblia era lida e rezada nos lares, e as crianças ensinadas a viver o poder do Espírito Santo. A missa dominical era a gloriosa celebração da presença de Jesus, e ocasião para receber o alimento do Seu Corpo e Sangue, a Eucaristia – fonte de todos os milagres.
 O futuro papa João XXIII visita esta aldeia em 1930, portanto 930 anos depois de todas as manifestações do Espírito Santo, e encontra o mesmo ambiente de fervor espiritual.
Como sucessor de Pedro, João XXIII, queria conduzir a Igreja novamente para a sala do cenáculo, para ajudá-la a permanecer no espírito de Pentecostes. Esta obra tem que continuar na vida de todos os cristãos, pois somos chamados a ser no mundo a línguas do fogo do Espírito Santo.