domingo, 27 de outubro de 2013

OUTUBRO ROSA 2013 - HOTEL BRISATOL NA PAMPULHA

Mulheres atingidas pelo câncer de mama se reúnem em Belo Horizonte
Grupo faz encontro na capital para ampliar ações de solidariedade e prevenção à doença

Publicação: 27/10/2013 06:00 Atualização: 27/10/2013 08:06


"Eu continuo aqui. Posso ter muita vida pela frente" Luciana Dutra - funcionária pública
“É bom saber que a gente não está sozinha”, disse a funcionária pública Luciana Dutra, de 34 anos. Desde junho, ela participa do grupo de apoio Amigas do Peito, que soma 2 mil integrantes em vários estados e é formado por mulheres que já tiveram ou ainda têm câncer de mama. Muito animadas e sorridentes, cerca de 50 participaram ontem do terceiro encontro nacional da turma, realizado em um hotel na Pampulha, em Belo Horizonte.

A confraternização começou às 10h, com um café da manhã, e seguiu até as 18h. Houve a distribuição de presentes como bolsas, sabonetes e chaveiros. Em celebração ao Outubro Rosa, movimento internacional que escolheu o mês para simbolizar a luta contra a doença e intensificar ações de estímulo à prevenção, a decoração da festa contou com balões, corações e laços pendendo do teto, tudo daquela cor. Na parte da frente da camisa que as participantes vestiam estavam escritas as frases “Pelas montanhas de Minas, celebrando a vida” e a bem-humorada “Eita trem bão, sô!”. Nas costas, um inusitado gracejo: “As mina pira, véi... Mas passa!”.

Moradora de Betim, na Grande BH, Luciana entrou para o grupo, criado no Facebook em 2011 e que na tarde de ontem contava com 1.853 membros. Ela foi diagnosticada com câncer de mama há quase três anos. Fez quimioterapia, radioterapia e precisou extrair parte de um dos seios. “Saí livre, achando que nunca mais (a doença) iria voltar”, conta. Este ano, porém, foi novamente diagnosticada com câncer em uma das axilas e no fígado, e voltou a fazer quimioterapia. “A vida fica por um fio. Estava planejando fazer outra faculdade, e a coisa fica toda na incerteza. Mas penso: ‘Desde que tive o primeiro diagnóstico, muita gente já morreu e eu não, continuo aqui’. Posso ter muita vida pela frente”, afirma ela, que é casada, tem um filho de 6 anos e graduou-se em letras.

Apoio importante 

A participação no Amigas do Peito permite que as mulheres consigam respostas a perguntas que, muitas vezes, não têm coragem de fazer aos médicos. “Às vezes, a gente fala de questões sexuais. Alguma diz: ‘Ah, estou sem libido’. Outra: ‘Estou com vergonha de sair sem cabelo na rua’. Coisas que parecem bobeirinhas”, diz Luciana. A informação é confirmada pela psico-oncologista Márcia Nascimento, de 35. Ela soube que estava com câncer de mama em 2006. Passou por três cirurgias e, desde 2008, faz controle anual da doença. Em seu consultório, atende de graça pacientes que enfrentam a mesma batalha. Também ouve os receios e esperanças que algumas mandam pelo Facebook. “Falam sobre o medo da morte, sobre a questão da vaidade feminina. Queixam-se da perda do cabelo, da perda da mama”, conta. “O apoio que damos umas às outras ajuda muito no tratamento. Ficamos com mais disposição para lutar.”.

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