quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Radiocirurgia Cerebral

 A remoção de tumores e a correção de malformações arteriovenosas em áreas centrais do cérebro representam importantes desafios da medicina. Uma das principais dificuldades desse tipo de cirurgia é obter acesso à estrutura comprometida sem causar danos importantes ao restante do tecido cerebral.
Alguns recentes avanços tecnológicos colaboraram para a solução desses problemas. Hoje, a tomografia computadorizada e a ressonância nuclear magnética são capazes de localizar as lesões no interior do cérebro com precisão milimétrica, enquanto a integração dessas imagens por meio de sofisticados programas de computação permite orientar espacialmente seu tratamento.
A radiocirurgia é uma forma de radioterapia que utiliza um sistema de coordenadas espaciais para localizar as lesões, permitindo alcançá-las sem a necessidade de abrir o crânio. Resultado do trabalho conjunto de neurocirurgiões, radiologistas, radioterapeutas e físicos, a radiocirurgia é indicada para o tratamento de lesões de difícil acesso cirúrgico no interior do cérebro. Os resultados obtidos com essa técnica terapêutica são animadores, e os efeitos colaterais e danos causados ao cérebro têm se mostrado mínimos.
Este material foi desenvolvido com o objetivo de esclarecer e orientar os pacientes que estão iniciando ou sendo avaliados para o tratamento com radiocirurgia. As informações serão complementadas pelo filme destinado aos pacientes.

Radiocirurgia
Ilustração tridimensional representando arcos
de radiação sendo aplicados a um tumor cerebral
durante o procedimento de radiocirurgia.
Izael Galvani,1999. Nos casos em que a radiocirurgia é aplicada em
múltiplas sessões, o arco não é fixado diretamente
ao crânio do paciente, mas preso a uma máscara,
colocada apenas durante os procedimentos.
Os raios são focados sobre a lesão-alvo, sendo
orientados pelas coordenadas obtidas durante o
planejamento.

EM QUE A RADIOCIRURGIA DIFERE
DA RADIOTERAPIA CONVENCIONAL?

A grande diferença está na forma como os raios são
aplicados. Enquanto a radioterapia convencional
direciona os raios por meio de posições fixas,
fracionando as doses ao longo de algumas poucas
semanas, a radiocirurgia é realizada em uma única
sessão, ou em algumas poucas sessões, com a
aplicação de altas doses de radiação, variando-se a
posição do feixe de raios durante o procedimento.

QUAIS AS ETAPAS DO TRATAMENTO?

Cada paciente é avaliado por uma equipe
multidisciplinar formada por radioterapeutas,
neurologistas, neurocirurgiões, físicos, radiologistas
e oncologistas clínicos, que consideram os possíveis
benefícios do procedimento e os riscos envolvidos.
Confirmada a indicação, inicia-se o planejamento da
radiocirurgia. Nessa etapa, o paciente é submetido à
fixação do arco metálico (estereotáxico) em sua cabeça,
realizando novos exames de imagem. Com as imagens
obtidas, a equipe de radiocirurgia delimita a estrutura a
ser tratada (volume-alvo), identificando os tecidos mais
sensíveis à radiação, que devem ser evitados.
O planejamento define o número de arcos de radiação,
a distribuição das doses e as coordenadas para
localização do alvo.
A radiocirurgia é realizada em seguida.
O arco estereotáxico é retirado imediatamente após o
procedimento, antes que o paciente retorne ao quarto.
No quarto, o paciente é atendido por uma equipe de
enfermagem especialmente treinada para acompanhá-
lo, recebendo alta no mesmo dia. O paciente pode
retomar suas atividades em poucos dias.
Informações Gerais

O QUE É RADIOCIRURGIA?

Radiocirurgia é uma forma de tratamento que utiliza
radiações ionizantes, dirigidas por um sistema de
coordenadas espaciais (estereotaxia) para atingir
tumores, malignos ou benignos, e malformações
arteriovenosas, em regiões profundas do cérebro.
Além disso, a radiocirurgia pode ser utilizada na
correção de distúrbios funcionais, sendo aplicada
a determinadas áreas do cérebro com o objetivo
de normalizar sua atividade.
A radiação é aplicada externamente, não havendo
necessidade de abrir o crânio para alcançar a área
a ser tratada.
O Serviço de Radiocirurgia do Hospital Albert Einstein
utiliza ace-leradores lineares como fonte de radiação.
Os raios são emitidos pela extremidade do acelerador
(Gantry) e orientados por colimadores com diâmetros
variáveis.

COMO A RADIAÇÃO É DIRIGIDA?

As imagens obtidas por tomografia computadorizada,
ressonância nuclear magnética ou arteriografia
identificam a lesão no interior do cérebro. A região a ser
tratada é reconhecida, assim como as estruturas que
devem ser evitadas pela radiação.
A radiocirurgia é um procedimento que exige muita
precisão na localização do alvo a ser irradiado e no
posicionamento e imobilização do paciente. Para isso,
um anel metálico (estereotáxico) é fixado externamente
ao crânio, oferecendo referências espaciais de fácil
identificação que permitem exatidão no direcionamento
dos raios.
COMO É REALIZADA A RADIOCIRURGIA?

O paciente é deitado sobre a mesa de tratamento, junto
ao aparelho de radioterapia (acelerador linear). O anel
metálico externo é fixado à mesa. Durante a aplicação,
o Gantry descreve rotações em torno da cabeça do
paciente, produzindo arcos de radiação focados no
volume-alvo. A mesa sobre a qual o paciente se
encontra também é móvel e gira no plano horizontal,
criando novos arcos de radiação sobre o volume-alvo.
A multiplicidade de arcos de radiação empregada
durante o procedimento permite que se concentrem
altas doses de radiação nas áreas sob tratamento,
enquanto o restante do cérebro recebe doses muito
baixas. As estruturas mais sensíveis, previamente
reconhecidas, são poupadas pelos arcos de radiação.

QUAIS AS VANTAGENS DA RADIOCIRURGIA?

A radiocirurgia aplica uma alta dose de radiação na área
a ser tratada, poupando em grande parte os tecidos
normais do cérebro. Isto é, trata-se de um
procedimento que combina alta eficácia e boa
tolerabilidade.
Além disso, na radiocirurgia é possível tratar mais de
uma lesão no mesmo procedimento.

QUANDO A RADIOCIRURGIA É INDICADA?

A radiocirurgia pode ser utilizada para o tratamento de
malformações arteriovenosas cerebrais, tumores
cerebrais benignos de difícil dissecção, tumores
malignos primários e metastáticos do cérebro e da base
do crânio, além de doenças funcionais do cérebro.
Além disso, existem diversos estudos em andamento
para avaliar os benefícios da radiocirurgia no tratamento
de lesões localizadas em outros segmentos do corpo.
Imagem tridimensional, criada por computador, apresentando
o volume-alvo e as estruturas cerebrais mais sensíveis à radiação
(que devem ser evitadas pela radiocirurgia). As faixas em amarelo
correspondem aos arcos de radiação programados.

COMO OBTER MAIS INFORMAÇÕES SOBRE ESSES PROCEDIMENTOS?

O Serviço de Radioterapia atende de 2ª a 6ª feira, das 7h30min às 19h,
mantendo equipe de plantão para atendimentos de emergência fora dos horários regulares.
Para obter maiores informações, ligue:
(0••11) 3747 0485 / 0486 / 0487, fax (0••11) 3747 0488
ou solicite pela internet (e-mail: radioterapia@einstein.br).

Nenhum comentário:

Postar um comentário